Dólar amplia queda no exterior com dados mais fracos de inflação nos EUA

Publicado 14.05.2025, 05:13
© Reuters.

Investing.com — O dólar opera em queda no exterior nesta quarta-feira, dando sequência ao forte recuo observado na sessão anterior, após a divulgação de dados mais amenos de inflação ao consumidor nos Estados Unidos, que reforçaram as expectativas de cortes adicionais na taxa básica de juros.

Às 7 h de Brasília, o Índice do Dólar, que mede o desempenho da divisa americana frente a uma cesta composta por seis outras moedas fortes, registrava recuo de 0,6%, a 100,227, após ter cedido 0,8% na terça-feira.

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A leitura mais branda do índice de preços ao consumidor em abril aliviou parte das preocupações em torno dos impactos das tarifas comerciais implementadas por Donald Trump, contribuindo para o enfraquecimento do dólar, diante da possibilidade de o Federal Reserve adotar uma postura mais acomodatícia nos próximos meses.

MAIS DETALHES: Preços ao consumidor nos EUA sobem menos que o esperado em abril

Na última reunião, os dirigentes do Fed indicaram cautela, sinalizando que aguardariam sinais mais concretos de desaceleração econômica antes de iniciar um novo ciclo de cortes. A prioridade permanece o controle inflacionário, mesmo diante da perda de dinamismo na atividade.

Segundo analistas do ING, “os mercados reduziram substancialmente as apostas em cortes agressivos desde o acordo firmado no fim de semana entre EUA e China; atualmente, apenas 50 pontos-base de flexibilização estão embutidos nas projeções até dezembro”.

Dado o arrefecimento das pressões inflacionárias, a inflação moderada registrada em abril e a percepção generalizada de desaceleração no crescimento americano, os riscos seguem enviesados para uma política monetária mais branda, o que tende a limitar uma recuperação mais ampla da moeda americana.

Na segunda-feira, o índice do dólar havia avançado 1%, atingindo o maior patamar em um mês, impulsionado pelo otimismo em torno do pacto comercial entre EUA e China. O acordo trouxe maior previsibilidade, ao estabelecer uma banda para as tarifas, com o teto para os produtos chineses fixado em 30%, nível inferior ao esperado por muitos agentes de mercado.

Nesta quarta-feira, o calendário econômico nos Estados Unidos está esvaziado, e os investidores voltam suas atenções para os comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, durante uma conferência dedicada à revisão da política monetária da autoridade.

Recuperação do euro

Na Europa, o euro (EUR/USD) subia 0,3%, a 1,1216, superando o nível de 1,12 após se recuperar da correção observada no início da semana. A inflação na Alemanha desacelerou para 2,2% em abril, conforme dados confirmados pelo escritório federal de estatísticas.

A taxa harmonizada de 12 meses ficou em linha com a da Espanha, reforçando a possibilidade de um novo corte nos juros pelo Banco Central Europeu na reunião de junho. O conselheiro do BCE, François Villeroy de Galhau, reiterou esse cenário em entrevista a jornais franceses, indicando que a autoridade monetária ainda vê espaço para flexibilizar a política monetária nos próximos meses.

Para ele, não há sinais de aceleração dos preços na região. O impacto do protecionismo adotado pelos Estados Unidos tende a reacender a inflação doméstica, mas seus efeitos não devem se espalhar para o continente europeu, abrindo margem para uma resposta do BCE.

A libra esterlina (GBP/USD) avançava 0,2%, a 1,3335, apesar de indicadores mostrarem um leve desaquecimento no mercado de trabalho britânico.

Segundo avaliação do ING, “não houve deterioração significativa após o aumento do imposto patronal em abril, e o ritmo de crescimento dos salários ainda é elevado, o que reduz a urgência para o Banco da Inglaterra intensificar o ciclo de afrouxamento”.

Catherine Mann, integrante do comitê de política monetária do BoE, afirmou que sua decisão de manter os juros inalterados na reunião da semana passada — em contraste com seu voto anterior por um corte de 50 pontos-base em fevereiro — foi respaldada pela resiliência do mercado de trabalho, cuja força superou as previsões.

Inflação no Japão surpreende

Na Ásia, o dólar (USD/JPY) recuava 0,6% frente ao iene, a 146,62, após a divulgação de números que mostraram avanço da inflação ao produtor no Japão para 4,0% em abril. O dado reforça as pressões de preços persistentes na economia japonesa, sinalizando que o Banco Central do Japão pode continuar elevando os juros.

Enquanto isso, a moeda americana (USD/CNY) se valorizava 0,1% contra o iuane, a 7,2118, com a moeda chinesa sustentada pelo arrefecimento das tensões comerciais entre Washington e Pequim.

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