Por Peter Nurse
Investing.com – O dólar se valorizava contra as principais divisas nesta quinta-feira, após a divulgação de fortes dados de varejo nos EUA e comentários mais rígidos de autoridades do Federal Reserve, o que acabou levantando dúvidas sobre uma pausa nas elevações de juros pelo banco central americano no futuro próximo.
Às 8h15 de Brasília, o Índice Dólar, que compara a moeda americana a uma cesta de seis divisas, avançava 0,57%, a 106,745, operando acima da mínima de três meses de 105,30 tocada no início da semana.
Dados divulgados nos EUA nesta quarta-feira mostraram que as vendas no varejo em outubro cresceram 1,3%, mais do que o esperado, ressaltando o vigor da economia americana, apesar da disparada da inflação, o que reduzia as esperanças de uma pausa nas elevações de juros.
Além disso, a presidente do Federal Reserve Bank de São Francisco, Mary Daly, declarou que a interrupção do ciclo de alta estava fora de cogitação e que a taxa básica do banco central do país poderia subir até a faixa terminal de 4,75%-5,25%, uma alta em relação à faixa atual de 3,75%-4%.
Já a presidente do Fed de Kansas City, Esther George, disse em entrevista ao Wall Street Journal que as autoridades monetárias deveriam "ter o cuidado de não parar cedo demais” as elevações de juros.
O dólar vinha registrando fortes vendas no início da semana, após o índice de preços ao consumidor (IPC) mostrar sinais de arrefecimento, o que poderia fazer com que o Federal Reserve parasse de aumentar agressivamente as taxas de juros.
No Reino Unido, a libra esterlina se desvalorizava 0,41%, a 1,1857 contra o dólar, antes do Comunicado de Outono, no qual o ministro da fazenda britânico, Jeremy Hunt, deve detalhar as elevações de impostos e os cortes de gastos do governo para preencher o “buraco negro” nas contas públicas.
“Um orçamento crível terá um aperto fiscal considerável e cimentará a ideia de uma recessão no Reino Unido durante vários trimestres, com o Banco da Inglaterra prosseguindo com as elevações de juros em 2023”, escreveram analistas do ING em nota. “Como moeda pró-cíclica, o ambiente atual não é favorável para a libra esterlina”.
Já o euro recuava 0,50%, a 1,0340 contra o dólar, antes da divulgação dos últimos dados do IPC na zona do euro para o mês de outubro. A expectativa é que o indicador atinja 10,7% em bases anuais na região.
O dólar australiano, mais sensível ao risco, recuava 0,99%, a 0,6737, enquanto o iene caía 0,3%, a 139,16, contra a moeda americana, depois que o ex-vice-presidente do Banco do Japão, Hiroshi Nakaso, afirmou, na quinta-feira, que a instituição deveria considerar uma normalização da sua política monetária ultrafrouxa.
Por fim, o iuane caía 0,94%, a 7,1555 ante o dólar, com a redução das esperanças de que o país flexibilize suas graves restrições contra a Covid-19, à medida que o número de casos cresce em seu ritmo mais forte em sete meses.