O dólar operou em queda ante moedas rivais nesta quinta-feira, 11,pressionado pelo otimismo dos mercados diante da assinatura do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. A esperada sanção do projeto aumentou o apetite ao risco de investidores e o dólar, considerado um ativo de segurança, perdeu força. Já o euro se valorizou ante a moeda americana após o Banco Central Europeu (BCE) sinalizar pela ampliação da acomodação monetária na zona do euro ao longo de 2021.
No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 108,44 ienes, o euro subia a US$ 1,1991 e a libra tinha alta a US$ 1,3994. O índice DXY, que mede o dólar ante outras moedas principais, registrou baixa de 0,44%, a 91,420 pontos.
Transformado em lei após assinatura de Biden, o pacote de estímulos fiscais nos EUA fez com que investidores se desvencilhassem da segurança do dólar na sessão de hoje. Segundo relatório do Rabobank, publicado hoje, é possível que a longo prazo o pacote fiscal dê impulso ao dólar, diante de uma eventual melhora da economia americana.
O mercado ainda reagiu à volatilidade nos retornos dos Treasuries, os títulos da dívida pública. A ponta longa dos rendimentos subiu na maior parte do pregão hoje, mas não foi capaz de dar suporte à moeda americana, como vinha acontecendo recentemente. Um número menor nos pedidos de auxílio-desemprego na semana passada, contudo, reduziu as perdas do dólar, de acordo com o analista sênior de mercados do Western Union, Joe Manimbo.
Já o euro se fortaleceu e acumulou a maior alta em uma semana ante o dólar, após o BCE afirmar que pretende "acelerar suas compras de bônus" por meio do Programa de Compras Emergenciais da Pandemia (Pepp, na sigla em inglês), para evitar o aperto das condições financeiras na zona do euro, em comunicado sobre a decisão de política monetária da entidade. Em entrevista coletiva após o anúncio do BCE, a presidente do banco Christine Lagarde afirmou que a instituição "já está aumentando o seu nível de compras", que deve ser "muito maior" no segundo trimestre de 2021 em relação ao início do ano.
Contrariando a movimentação de hoje, o euro deve registrar pressão de baixa ante o dólar assim que o BCE prover mais acomodação à economia europeia, segundo avaliou o TD Securities, em relatório a clientes. Já o ING espera um fortalecimento da moeda comum ao longo de 2021 após a decisão do BCE, além da recuperação da economia europeia por meio da vacinação contra a covid-19. O banco projeta que o euro avançará a US$ 1,2500 na segunda metade deste ano.
Ante moedas emergentes, o peso argentino foi uma das poucas divisas que se desvalorizaram em comparação com o dólar hoje, após a divulgação da inflação de fevereiro no país. Perto do fim ds negociações em NY, o dólar subia a 90,8074 pesos.