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Dólar cai ante real após corte de juros para setor imobiliário chinês

Publicado 20.02.2024, 17:20
© Reuters. Placa com palavra "dólar" em casa de câmbio na Cidade do México
16/12/2019
REUTERS/Edgard Garrido
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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista fechou a terça-feira em baixa ante o real, acompanhando o recuo da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, onde os mercados reagiram positivamente ao corte de juros para o setor imobiliário realizado pela China.

CONFIRA: Cotação das principais taxas de câmbio

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9319 reais na venda, com queda de 0,61%. Em fevereiro, a moeda norte-americana acumula baixa de 0,13%.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 17:13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,55%, a 4,9355 reais.

No início do dia, a China anunciou a maior redução já registrada em sua taxa de referência para hipotecas, com as autoridades buscando sustentar o mercado imobiliário e a economia em geral.

O corte de 25 pontos-base na taxa primária de empréstimos (LPR) de cinco anos foi o maior desde que ela foi adotada, em 2019, e ficou acima das expectativas dos economistas, que esperavam redução de 5 a 15 pontos-base.

A LPR de cinco anos foi reduzida de 4,20% para 3,95%, enquanto a LPR de um ano seguiu em 3,45%. A maioria dos empréstimos novos e pendentes na China tem como base a LPR de um ano, enquanto a taxa de cinco anos influencia o preço das hipotecas.

“A medida tem um objetivo claro: dar impulso ao setor imobiliário chinês. Porém, é bom ter claro que essa taxa vale apenas para os novos empréstimos e só se aplicará para o estoque existente de financiamentos em janeiro de 2025”, pontuou Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, em comentário enviado a clientes.

“De qualquer forma, não deixa de ser uma boa notícia, e as autoridades já manifestaram que as taxas para empréstimos ainda têm espaço para quedas adicionais”, acrescentou.

Assim, mais do que o corte de juros para o setor imobiliário em si, a decisão da China elevou a expectativa de que o gigante asiático possa adotar outras medidas para estimular a economia, o que traria reflexos favoráveis para as divisas de países exportadores de commodities.

Neste cenário, o dólar cedia ante as divisas fortes e em relação à maioria das moedas de exportadores de commodities e emergentes, incluindo o real.

Após ter marcado uma cotação máxima de 4,9664 reais (+0,09%) às 9h57, o dólar à vista cedeu para uma mínima de 4,9250 reais (-0,75%) às 14h58.

“Essa história de a China cortar os juros em 25 pontos-base fez preço, porque é um valor que o mercado não esperava. O mercado esperava um corte muito menor”, comentou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. “Muita gente desmontou posição defensiva (no dólar), e ele foi para perto de 4,92 reais”, acrescentou.

No restante da tarde, houve certa recuperação da moeda norte-americana ante algumas divisas no exterior, mas ainda assim o viés principal era de queda.

Internamente, as atenções se voltavam para as discussões, dentro do governo, em torno da proposta para reoneração da folha de pagamentos dos setores hoje beneficiados.

© Reuters. Placa com palavra

No exterior, o dólar se mantinha em baixa ante as divisas fortes no fim da tarde.

Às 17:13 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- caía 0,23%, a 104,060.

Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de abril.

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