Vendas no varejo do Brasil frustram expectativas e recuam 0,1% em junho
Investing.com - O dólar registrava queda contra as principais divisas no exterior nesta quarta-feira, estendendo as perdas ocorridas após a divulgação do índice de preços ao consumidor (IPC) ontem, que reforçou as expectativas de que o Federal Reserve irá cortar os juros no próximo mês.
Às 7 h de Brasília, o Índice do Dólar, que mede a variação da moeda americana frente a uma cesta com seis moedas de referência, operava em queda de 0,4%, cotado a 97,540, após recuar 0,5% na sessão anterior.
Corte de juros do Fed em setembro?
Os preços ao consumidor nos Estados Unidos tiveram leve alta em julho, conforme dados publicados na terça-feira, elevando as probabilidades de que o Federal Reserve reduza a taxa básica em setembro. O impacto das tarifas impostas pelo governo Trump sobre a inflação segue limitado até o momento.
Os contratos futuros indicam que os investidores atribuem 98% de probabilidade a um corte de juros na próxima reunião do banco central, cenário que pressiona o dólar.
"Neste momento, a moeda americana carece de fundamentos consistentes para sustentar um movimento altista. Pesquisas futuras podem indicar melhora na atividade econômica, mas, por ora, o foco está no mercado de trabalho: uma recuperação mais expressiva do dólar a partir dos níveis atuais parece plausível apenas se os dados de emprego mostrarem avanço considerável", afirmaram analistas do ING em relatório.
A agenda econômica desta quarta-feira traz poucos indicadores relevantes, mas na quinta-feira será divulgado o índice de preços ao produtor para demanda final, enquanto na sexta-feira saem os dados de vendas no varejo e a pesquisa de confiança do consumidor dos EUA.
"A proximidade da cúpula Trump-Rússia na sexta-feira e a recente reavaliação das chances de um cessar-fogo iminente sugerem que o dólar pode não registrar quedas mais acentuadas no curto prazo", acrescentou o ING.
Euro negocia em alta
Na Europa, o EUR/USD avançava 0,3%, cotado a 1,1712, acumulando ganhos de aproximadamente 0,5% na sessão anterior.
A taxa de inflação harmonizada em 12 meses da Espanha atingiu 2,7% em julho, acima dos 2,3% registrados até junho, enquanto o índice equivalente na Alemanha foi confirmado em 1,8%.
"O cenário de valorização do EUR/USD se fortaleceu após o relatório de inflação dos EUA divulgado ontem. Mesmo assim, uma quebra acima dos níveis atuais pode ficar para depois do encontro entre Trump e Putin na sexta-feira", avaliou o ING.
O GBP/USD subia 0,4%, negociado a 1,3560, após dados indicarem que o crescimento salarial no Reino Unido permanece elevado, fator que reforça a postura cautelosa do Banco da Inglaterra quanto a possíveis cortes de juros.
Iene ganha após divulgação do IPP
No mercado asiático, o USD/CNY operava praticamente estável em 7,1763, após a queda registrada no início da semana, quando EUA e China anunciaram uma prorrogação de 90 dias no acordo comercial temporário.
Autoridades dos Estados Unidos informaram que as negociações com Pequim serão retomadas nos próximos meses.
O USD/JPY recuava 0,2%, cotado a 147,46, com o iene se valorizando após a divulgação de um índice de preços ao produtor levemente acima das projeções, dado que pode levar o Banco do Japão a elevar ainda mais as taxas de juros.
O AUD/USD avançava 0,4%, para 0,6551, com a moeda australiana se fortalecendo mesmo após o Reserve Bank of Australia reduzir a taxa de referência na terça-feira, no terceiro corte de juros do ano.