O dólar volta nesta segunda-feira, 3, a operar em baixa ante o real e algumas moedas pares emergentes ligadas a commodities, como peso mexicano e peso chileno, que se beneficiam do salto do Petróleo e pela rentabilidade atrativa oferecida a investidores estrangeiros. Os investidores estão digerindo o Boletim Focus, o primeiro após o anúncio do arcabouço fiscal, e observam a elevação dos juros futuros junto com os retornos dos Treasuries, por temores com a inflação global e aumento da chance de alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em maio.
O gatilho é a decisão da Opep+ de cortar a oferta em 1,66 milhão de barris de petróleo por dia a partir de maio até o fim de 2023. O índice DXY do dólar ante seis moedas rivais sobe desde cedo.
Às 9h35, o dólar à vista caía 0,34%, a R$ 5,0515, após registrar perdas de 2,99% no mês de março. A queda no ano está acumulada em cerca de 4,30%. O dólar para abril recuava 0,29%, a R$ 5,0725.
O mercado financeiro opera sob expectativas também com a tramitação do arcabouço fiscal no Congresso, e com as indicações pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de diretores do Banco Central e de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). E o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que irá anunciar neste mês cerca de 12 medidas na área de crédito para melhorar o ambiente de negócios.
O Boletim Focus trouxe aumento da projeção da mediana para IPCA de 2023 de 5,93% para 5,96%, mas as estimativas para 2024, 2025 e 2026 seguiram inalteradas em 4,13%, 4,00% e 4,00%, respectivamente. Para a Selic, a projeção para o fim de 2023 permaneceu em 12,75% ao ano, o que significa 100 pontos-base de corte. Para o fim de 2024, a Selic seguiu em 10,00% e para 2025, em 9,00%; para 2026 caiu de 9,00% para 8,75%.
Além do Focus, o mercado olha revisões do mercado para a Selic após a apresentação do arcabouço fiscal.
A Bradesco (BVMF:BBDC4) Asset cortou a projeção da Selic ao fim de 2023 de 13% ao ano para 12,5%, mas manteve 2024 em 10%, e antecipou a expectativa de início da redução da taxa básica, de novembro para setembro, citando uma desaceleração maior da atividade econômica. Segundo a Bradesco Asset, a divulgação do novo arcabouço fiscal do País representa um "passo importante" e contribui para melhor previsibilidade das contas públicas nos próximos anos.
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acelerou a 0,74% no fechamento de março, após alta de 0,71% na terceira leitura do mês e de 0,34% em fevereiro.