Queda de alimentos acelera e IPCA sobe menos que o esperado em julho apesar de energia elétrica
Investing.com – O dólar iniciou a semana em baixa no exterior, influenciado pela escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, o que elevou os temores de desaceleração da economia global.
Às 8 h de Brasília, o Índice do Dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, recuava 0,6%, a 98,630, próximo das mínimas registradas em 22 de abril.
Mercado reage à retórica entre EUA e China
A moeda americana perdeu força após o governo chinês rebater as declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, classificando como “infundadas” as acusações de que Pequim teria rompido o acordo comercial firmado em Genebra. O Ministério do Comércio da China afirmou que adotará medidas firmes para proteger seus interesses.
Trump, por sua vez, anunciou na sexta-feira que pretende dobrar, a partir de quarta-feira, as tarifas sobre importações de aço e alumínio para 50%.
Em relatório, analistas do ING apontaram que o acordo comercial ainda vigente — com validade até 12 de agosto — não está oficialmente rompido, mas os dois lados demonstram frustração crescente. Uma eventual rescisão antecipada, alertaram, traria impactos adicionais sobre ativos de risco e poderia pressionar ainda mais o dólar.
Ao longo da semana, o mercado acompanhará indicadores econômicos dos EUA, com destaque para o relatório de criação de empregos de maio (payroll), previsto para sexta-feira. A expectativa é de 130 mil novas vagas, número inferior ao registrado em abril (177 mil).
Euro avança antes de decisão do BCE
O euro (EUR/USD) subia 0,7%, negociado a 1,1430, apoiado pela fraqueza do dólar e pela expectativa de nova redução de juros pelo Banco Central Europeu nesta quinta-feira.
O BCE deve cortar a taxa básica em 25 pontos-base, para 2%, no oitavo ajuste em doze meses. Com a decisão amplamente precificada, o foco se volta para os sinais sobre possíveis pausas nos cortes a partir de julho, especialmente diante da resiliência recente da economia da zona do euro.
Dados divulgados nesta segunda-feira mostraram que o PMI industrial da região subiu para 49,4 em maio, contra 49,0 no mês anterior — o nível mais alto em quase três anos e próximo da linha de estabilidade (50).
A libra esterlina também avançava, com o GBP/USD subindo 0,6% para 1,3547. O movimento refletia a surpresa positiva com os dados do mercado imobiliário britânico: os preços das casas subiram 3,5% em termos anuais em maio, enquanto, na comparação mensal, o avanço foi de 0,5%, revertendo boa parte da queda vista em abril.
Segundo o ING, os dados sugerem que o setor imobiliário pode oferecer algum suporte à atividade do Reino Unido, especialmente diante da expectativa de cortes nas taxas de juros.
Iene se valoriza com busca por segurança
Na Ásia, o USD/JPY recuava 0,8%, a 142,88, com o iene japonês sendo beneficiado pela demanda por ativos considerados mais seguros, em meio ao aumento da aversão ao risco. O mercado também acompanha de perto as negociações comerciais de alto nível entre Japão e Estados Unidos.
Já o USD/CNY subia 0,2%, a 7,1998, refletindo leve enfraquecimento da moeda chinesa, mesmo com os mercados locais fechados devido a feriado. A valorização do par cambial refletia as novas trocas de acusações entre Washington e Pequim, que voltaram a tensionar o ambiente comercial global.