Preocupação com reflexos de decisão de Dino no sistema financeiro derruba ações de bancos
Investing.com – O dólar recuava na manhã desta sexta-feira, devolvendo parte dos avanços da véspera, enquanto os mercados monitoram o prazo de 9 de julho para a definição de acordos comerciais por parte dos Estados Unidos.
Às 7h45 de Brasília, o Índice do Dólar, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,2%, a 96,605, com trajetória para registrar perdas modestas na semana, apesar da valorização de 0,4% registrada na quinta-feira.
Nesta sexta-feira, os mercados financeiros dos Estados Unidos estão fechados devido ao feriado do Dia da Independência.
Incertezas comerciais limitam recuperação do dólar
A moeda americana havia subido na quinta-feira, após a divulgação de dados do mercado de trabalho nos EUA que superaram as expectativas, o que reduziu a probabilidade de cortes de juros no curto prazo por parte do Federal Reserve.
Esses ganhos, no entanto, foram revertidos com a intensificação do foco nas negociações comerciais conduzidas pelos EUA com diversos parceiros. Estão previstas tarifas adicionais a partir de 9 de julho, o que mantém os mercados em estado de alerta.
Até o momento, apenas três acordos foram confirmados, enquanto o presidente Donald Trump aumentou a tensão ao anunciar que países selecionados receberiam nesta sexta-feira comunicações detalhando as tarifas que poderão enfrentar, um movimento que contradiz compromissos anteriores de negociar acordos bilaterais.
“O mercado parece estar se preparando para novos episódios de volatilidade relacionados às tarifas”, avaliaram analistas do ING em nota. “Isso pode ser observado na estrutura a termo do mercado de opções de câmbio, onde a volatilidade do EUR/USD permanece elevada nas próximas três semanas, antes de mostrar sinais de arrefecimento no restante do ano.”
Em paralelo, a Câmara dos Representantes, sob maioria republicana, aprovou, por margem estreita, o projeto de lei que amplia gastos e reduz impostos proposto por Trump. A medida deve adicionar US$ 3,4 trilhões à dívida pública americana, atualmente estimada em US$ 36,2 trilhões.
A expectativa é que o presidente sancione o projeto ainda nesta sexta-feira.
Euro encaminha-se para fechar semana em alta
Na Europa, o par EUR/USD subia 0,1%, para 1,1774, com a moeda comum da zona do euro acumulando valorização de 0,5% na semana.
Mais cedo, dados oficiais mostraram que os pedidos industriais da Alemanha recuaram 1,4% em maio na comparação com abril, resultado pior que o previsto, já descontados efeitos sazonais e de calendário.
Apesar de o Banco Central Europeu ter reduzido juros pela oitava vez em 12 meses na reunião passada, autoridades indicaram que devem interromper temporariamente o ciclo de cortes na próxima decisão.
“Estamos começando a ouvir um pouco mais do BCE sobre a valorização do euro”, destacou o ING. “A percepção é de que um avanço rápido do EUR/USD acima de 1,20 pode se tornar motivo de preocupação.”
O GBP/USD avançava 0,1%, a 1,3664, enquanto a libra esterlina se encaminhava para encerrar a semana com perdas, pressionada por incertezas fiscais após o governo britânico recuar nas reformas de bem-estar social.
Iene se valoriza após dados positivos no Japão
Na Ásia, o USD/JPY recuava 0,4%, para 144,36, após os dados de gastos das famílias japonesas em maio apresentarem alta acima do esperado, sinalizando continuidade das pressões inflacionárias no país.
Apesar disso, o iene havia registrado desvalorização acentuada na sessão anterior.
O USD/CNY operava em leve queda de 0,1%, a 7,1644, com os investidores reagindo a novos anúncios de estímulo por parte de Pequim, que incluem medidas para enfrentar a desaceleração da taxa de natalidade.
Embora o governo chinês tenha sinalizado avanços nas relações comerciais com os EUA, após a retirada parcial de restrições à exportação de semicondutores —, o impacto sobre o iuane foi limitado. Dados mistos dos índices de atividade também contribuíram para o desempenho contido da moeda.
Na sexta-feira, autoridades chinesas informaram que estão revisando licenças de exportação para empresas de terras raras, reconhecendo o relaxamento das barreiras comerciais por parte de Washington.