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Dólar cai no exterior com possível intervenção de BCs na Ásia e Fed menos rígido

Publicado 26.10.2022, 05:44
© Reuters.
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Por Peter Nurse

Investing.com – O dólar operava em queda na manhã desta quarta-feira (26), perto da mínima de três semanas, com os operadores reagindo a um enfraquecimento maior da economia dos EUA e a uma provável intervenção dos bancos centrais da Ásia.

Às 09h19, o índice dólar, que compara a moeda americana a uma cesta de seis grandes divisas, recuava 0,64%, a 110,115, um pouco acima da mínima da sessão de 109,793, patamar mais baixo desde 5 de outubro.

Os mais recentes dados econômicos dos EUA, divulgados na terça-feira, mostraram que os preços dos imóveis despencaram no país em agosto, diante da queda da demanda provocada pela alta dos juros de financiamento.

Os dados vieram após a divulgação do PMI, na segunda-feira, os quais revelaram que a atividade comercial no país registrou uma contração pelo quarto mês consecutivo, evidenciando que as elevações de juros do Federal Reserve já estão impactando a demanda na maior economia do mundo.

A expectativa geral é que o Fed autorize mais uma aumento de 0,75 p.p. nos juros na próxima quarta-feira, mas crescem as projeções de que qualquer aumento posterior será de menor magnitude.

O Banco do Japão, por outro lado, deve manter inalterada sua política monetária frouxa na sexta-feira, o que está tendo um profundo impacto no iene.

A moeda japonesa se valorizava contra o dólar, a 147,16, após romper a marca de 150, devido à suspeita de intervenção do BC na sexta e na segunda-feira.

“No entanto, nenhum dos fatores apontados acima deve manter o dólar em xeque por muito tempo”, disseram analistas do ING em nota. “O Banco do Japão fará uma reunião para discutir a política monetária na sexta-feira e, a menos que vejamos uma mudança em sua perspectiva ultraflexível (com taxa básica negativa e estímulo quantitativo), é difícil esperar um topo no par USD/JPY em breve. Da mesma forma, o calendário de dados desta semana não deve fazer o Fed mudar sua postura rígida".

Além disso, tudo indica que as autoridades chinesas se juntaram ao clube da intervenção, com o iuan subindo 1,76%, para 7,1768, após a Reuters noticiar que diversos bancos estatais do país venderam dólares no fim da sessão de terça-feira, a fim de respaldar a moeda.

Preocupações com o clima político na China fizeram com que o iuane recuasse forte nesta semana, já que Pequim reiterou seu compromisso de manter a política de Covid zero, mesmo atingindo a atividade econômica negativamente.

Já a libra esterlina se valorizava 0,78% contra o dólar, a 1,1557, ainda se beneficiando da indicação de Rishi Sunak como próximo líder britânico, em substituição a Liz Truss, o que melhorou a percepção do mercado quanto à prudência fiscal.

“Após o fracasso do plano econômico de Truss, o desafio diante da nova equipe será mais difícil do que o enfrentando em meados do ano, razão pela qual os investidores possivelmente não mostraram disposição em sustentar a libra acima do nível de 1,15 contra o dólar", acrescentou o ING.

O euro subia 0,49% frente à moeda americana, para 1,0013, perto da máxima de seis semanas, graças ao aumento da confiança dos consumidores na França para 82 em outubro, acima da leitura do mês anterior, de 79.

O Banco Central Europeu decide o rumo da sua política monetária na quinta-feira, com a expectativa de elevar os juros em 0,75 p.p.

O dólar australiano subia 1,25%, a 0,64, contra a divisa dos EUA, seu nível mais alto desde 7 de outubro, após dados de inflação mais aquecida na semana aumentarem a pressão sobre o RBA para que mantenha sua política monetária agressiva em sua reunião da próxima semana, e o dólar da Nova Zelância se valorizava 0,93%, a 0,58 contra o dólar americano.

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