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Dólar cai sob influência externa apesar de ruídos sobre entrevista de Lula

Publicado 16.07.2024, 17:05
© Reuters. Nota de dólarn22/06/2017nREUTERS/Thomas White/Ilustração
USD/BRL
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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar à vista fechou a terça-feira em leve baixa ante o real, acompanhando o recuo da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, em meio às apostas de que o Federal Reserve começará a cortar juros em setembro, enquanto no Brasil ruídos em torno de uma entrevista concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva trouxeram volatilidade aos negócios.

O dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,4293 reais na venda, em queda de 0,28%. Em julho, a divisa acumula baixa de 2,89%.

Às 17h03, na B3 (BVMF:B3SA3) o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,37%, a 5,4415 reais na venda.

Pela manhã o dólar sustentou baixas ante o real e ante outras divisas de países exportadores de commodities e emergentes, com investidores elevando as apostas de que o Federal Reserve começará a cortar juros já em setembro.

Isso abriu espaço para o dólar à vista atingir a cotação mínima de 5,4058 reais (-0,72%) às 10h47.

Perto das 12h20, no entanto, começaram a circular pelas mesas de operação informações de que Lula, em entrevista à TV Record gravada pela manhã, teria dito que será preciso convencê-lo de que será mesmo necessário contingenciar entre 15 bilhões e 20 bilhões de reais do Orçamento deste ano. A íntegra da entrevista está programada para as 19h55.

Os comentários de Lula -- que circularam sem o contexto da pergunta e sem os detalhes da resposta completa -- estressaram os mercados e fizeram o dólar virar do negativo para o positivo ante o real. Na renda fixa, as taxas de alguns DIs (Depósitos Interfinanceiros) zeraram as perdas.

Operador ouvido pela Reuters pontuou que a fala de Lula, sugerindo pouco comprometimento com o ajuste fiscal, foi mal recebida nas mesas.

Assim, na máxima do dia, às 13h41, o dólar à vista foi cotado a 5,4641 reais (+0,35%).

Após as 14h, a Record publicou um trecho em vídeo da entrevista de Lula, no qual o presidente é questionado sobre se está disposto a contingenciar o valor de 15 bilhões a 20 bilhões de reais para equilibrar as contas públicas.

“Primeiro eu tenho que estar convencido se há ou não a necessidade de cortar”, disse o presidente. "Tenho uma divergência histórica e uma divergência de conceito com o pessoal do mercado. É que nem tudo que eles tratam como gasto eu trato como gasto”, acrescentou.

O trecho do vídeo, apesar de confirmar a ideia de que Lula precisaria ser “convencido” do contingenciamento, esclareceu o contexto do comentário, reduzindo os ruídos de mais cedo. O dólar voltou a oscilar em queda ante o real, enquanto as taxas dos DIs retomaram as baixas, ainda que o mercado mantivesse a expectativa pela divulgação da íntegra da entrevista de Lula.

Questionado sobre a fala de Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a declaração do presidente sobre o governo não ser obrigado a cumprir a meta fiscal está fora de contexto.

Na reta final dos negócios no câmbio, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que o mercado de trabalho aquecido indica um processo de recuo mais lento da inflação, em um cenário que, somado a fatores externos, fez a autarquia migrar para um período de “um pouco mais de cautela”.

Em evento promovido pelo Sicredi em Anápolis (GO), Galípolo reafirmou que a desancoragem de expectativas do mercado para a inflação brasileira elevou a preocupação do BC, ressaltando que a previsão de juros mais altos por mais tempo nos Estados Unidos gera elevação na expectativa da taxa de juros terminal em países emergentes e fortalece o dólar.

© Reuters. Nota de dólar
22/06/2017
REUTERS/Thomas White/Ilustração

Os comentários de Galípolo não fizeram preço no câmbio antes do fechamento do segmento à vista.

No exterior, às 17h09, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,03%, a 104,210. O dólar também cedia ante divisas pares do real como o rand sul-africano e o peso mexicano.

(Edição de Isabel Versiani e Pedro Fonseca)

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