Dólar caminha para 5° recuo semanal consecutivo; real tem melhor desempenho global no dia

Publicado 11.02.2022, 09:16
Atualizado 11.02.2022, 13:24
© Reuters. Notas de 1 dólar
07/11/2016
REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha forte queda frente ao real nesta sexta-feira, a caminho de engatar sua quinta semana consecutiva no vermelho, já que a percepção de retornos atraentes no mercado doméstico continuava protegendo a moeda brasileira de apostas em aperto agressivo da política monetária pelo Federal Reserve.

CONFIRA: Projeções da taxa de juros dos EUA do Investing.com

Às 13h22, o dólar à vista recuava 1,10%, a 5,208 reais na venda. A moeda brasileira apresentava o melhor desempenho frente à divisa dos Estados Unidos entre uma cesta de mais de 30 pares globais do dólar nesta manhã.

Na B3), às 13h22 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,94%, a 5,2160 reais.

Na mínima do dia, o dólar à vista caiu 1,07%, a 5,1831 reais na venda. Caso mantivesse esse patamar até o fechamento dos negócios, a moeda norte-americana registraria uma mínima para encerramento desde 6 de setembro passado (5,1764 reais).

E o dólar também estava em firme curso de registrar seu quinto recuo semanal consecutivo --de cerca de 2,3%-- frente à moeda brasileira, o que marcaria a maior sequência do tipo desde um período de seis semanas seguidas de baixa findo em 7 de maio de 2021.

Sua performance fraca no mercado doméstico vinha apesar do bom desempenho do dólar no exterior --seu índice frente a uma cesta de seis rivais fortes atingiu uma máxima em mais de uma semana mais cedo nesta sexta-feira, apoiado em parte pelos rendimentos elevados dos títulos soberanos dos EUA.

A taxa do Treasury de dez anos, referência global para investimentos, superou 2% pela primeira vez desde agosto de 2019 na quinta-feira, após uma leitura anual de inflação dos Estados Unidos --a mais forte em quatro décadas-- alimentar apostas de que o banco central norte-americano será mais agressivo em seu iminente ciclo de aumentos de juros.

Antes dos dados de inflação, divulgados na véspera, a maioria das apostas nos mercados monetários era de alta de 0,25 ponto nos juros pelo Fed em março, quando o banco já indicou que dará o pontapé inicial na elevação das taxas de empréstimo, mas, nesta sexta-feira, operadores viam probabilidade de até 62% de um aumento de 0,50 ponto.

Isso, no geral, é visto como fator positivo para o dólar frente a divisas mais arriscadas, já que custos de empréstimos mais altos nos EUA tendem a elevar a rentabilidade do extremamente seguro mercado de renda fixa norte-americano.

Mas, "quando a gente fala de Fed subindo juros, é porque a inflação por lá está começando a preocupar; ou seja, os juros reais (ajustados à inflação) não se deslocaram como a curva, eles continuam no campo negativo, e aí muito capital continua indo pra mercados emergentes", explicou à Reuters Thomás Gibertoni, analista da Portofino Multi Family Office.

Ele afirmou que o Brasil tem destaque especial entre seus pares mais arriscados, já que o carrego --retorno por diferenciais de juros-- oferecido pelo real é muito atraente devido ao patamar elevado da taxa Selic, atualmente em 10,75% ao ano.

A moeda norte-americana spot encerrou o pregão da véspera com ganho de 0,24%, a 5,2393 reais.

Neste pregão, o Banco Central fará leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de 1° de abril de 2022.

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