Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar devolveu perdas iniciais e passou a oscilar entre estabilidade e alta frente ao real na tarde desta terça-feira, em movimento oposto ao visto no exterior, com investidores ajustando posições depois de tombo da moeda norte-americana na véspera e monitorando o noticiário eleitoral doméstico.
Às 15:01 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,16%, a 5,1855 reais na venda, depois de mais cedo ter chegado a cair 1,31%, a 5,1090 reais, nível que não era visto desde o último dia 22.
Alguns investidores atribuíram parte da recuperação do dólar a um ajuste técnico, depois que a divisa despencou mais de 4% na véspera, maior queda desde meados de 2018, com investidores reagindo positivamente à eleição de um Congresso mais à direita no domingo passado. É normal, depois de movimentos acentuados da moeda, haver momentos pontuais de correção.
Operadores também digeriam a notícia de que Ciro Gomes acompanhará a decisão de seu partido, o PDT, de apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto contra o atual presidente Jair Bolsonaro (PL).
No primeiro turno das eleições, Lula teve 48,43% dos votos válidos, mas foi surpreendido por desempenho melhor do que o esperado de Bolsonaro, que somou 43,20%. Na esteira desse resultado, o petista já havia dito na véspera que era hora de começar a buscar ampliar o apoio a sua candidatura.
Especialistas têm dito que o mercado de câmbio doméstico pode começar a ficar mais sensível ao noticiário político e às pesquisas eleitorais diante da perspectiva de um segundo turno muito disputado.
A alta do dólar aqui vinha na contramão da queda de mais de 1% de um índice da moeda norte-americana frente a uma cesta de pares fortes no exterior, onde o clima era de forte apetite por risco.
Na B3 (BVMF:B3SA3), às 15:01 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,29%, a 5,2170 reais.
(Por Luana Maria Benedito)