O dólar enfrentou pressão generalizada nos mercados globais nesta terça-feira, 14, após a desaceleração da inflação ao consumidor nos Estados Unidos deflagrar uma euforia marcada pela percepção de que o Federal Reserve (Fed) já acabou de subir juros.
O índice DXY, que mede o dólar ante seis rivais fortes, fechou em baixa de 1,49%, a 104,053 pontos, após atingir níveis mínimos em dois meses. "Para que a tendência descendente do dólar continue a sério, uma maior desaceleração do crescimento será provavelmente um pré-requisito fundamental para intensificar as expectativas de corte do Fed e novos ajustes de posição", avalia o Bank of America (NYSE:BAC) (BofA).
A curva futura agora aponta chance virtualmente universal de que a autoridade monetária manter a taxa básica estável no mês que vem, conforme monitoramento do CME Group. A ferramenta também indicou aumento na probabilidade de um ciclo de cortes agressivo ao longo do ano que vem.
Os ajustes refletem a desaceleração do CPI à taxa anual de 3,2% em outubro, bem abaixo do aumento de 3,7% registrado em setembro. "Isto tira da mesa um aumento das taxas em dezembro e reforça a nossa visão de que julho foi o último aumento do ciclo e que o processo passará agora para o Fed tentar adiar os cortes o máximo possível", analisa o BMO Capital Markets.
Neste cenário, o euro avançava a US$ 1,0885 no final da tarde, enquanto a libra se fortalecia a US$ 1,2501. Economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE), Huw Pill reforçou hoje que a autoridade monetária não necessariamente precisará voltar a subir juros, embora esteja pronta para o fazer caso necessário.
Na Ásia, o dólar recuava a 150,28 ienes, depois que o ministro das Finanças do Japão, Shunichi Suzuki, assegurou que o governo tomará todas as medidas necessárias para responder ao tombo recente da divisa japonesa. "O que é importante é maximizar os efeitos positivos do iene fraco e mitigar os negativos", ressaltou.
Também em destaque, rublo subiu ao nível mais altos desde julho, em 90,560 por dólar no fim da tarde, na esteira de controles recentes de capital adotados pelo Kremlin.