Dólar fecha em alta ante real com exterior em dia de ajustes pós-Copom

Publicado 20.06.2025, 17:13
Atualizado 20.06.2025, 17:30
© Reuters. Notas de dólares em foto de ilustraçãon17/07/2022 REUTERS/Dado Ruvic

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) -Após oscilar abaixo dos R$5,50 reagindo à alta da Selic, o dólar virou para o positivo e fechou em alta ante o real nesta sexta-feira pós-feriado, em meio às preocupações com os desdobramentos do conflito entre Israel e Irã no Oriente Médio.

Em uma sessão de liquidez reduzida, o dólar à vista fechou em alta de 0,47%, aos R$5,5270. Na semana, porém, a moeda acumulou baixa de 0,26% e, no ano, recuo de 10,55%.

Às 17h07, na B3 (BVMF:B3SA3), o dólar para julho -- atualmente o mais líquido no Brasil -- cedia 0,71%, aos R$5,5335.

Na noite de quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic em 25 pontos-base, de 14,75% para 15,00%, surpreendendo boa parte do mercado.

Além disso, o BC transmitiu uma mensagem hawk (dura) sobre o cenário, ao indicar que tende a manter a Selic em 15,00% no encontro de julho “para examinar os impactos já acumulados do ajuste já realizado”, como registrou seu comunicado, mas deixando a porta aberta para uma retomada do ciclo de altas de juros depois disso, se necessário.

A decisão do Copom aumentou o diferencial de juros do Brasil em relação ao exterior, o que em tese é um fator de atração de investimentos para o país. Em reação, o dólar à vista atingiu a cotação mínima de R$5,4771 (-0,44%) às 10h24, em um momento em que o mercado de DIs também passava por ajustes intensos.

No início da tarde, porém, o dólar já oscilava com leves ganhos ante o real, acompanhando o avanço da moeda norte-americana ante boa parte das demais divisas no exterior, em meio ao noticiário sobre o conflito no Oriente Médio.

“O dólar realmente ameaçou uma queda, em função do Copom, mas há outras coisas que podem influenciar o dólar e que ainda estão para acontecer, como uma eventual atuação dos EUA na guerra do Irã”, comentou Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, ao justificar a virada da moeda norte-americana para o positivo.

“Apesar do cenário de desvalorização do dólar com o Copom, há a aversão ao risco ligada à guerra, que traz o dólar marginalmente para cima ante o real”, acrescentou.

Na máxima do dia, o dólar à vista atingiu a cotação de R$5,5287 (+0,50%), para depois fechar próximo deste nível.

Israel e Irã continuaram trocando ataques nesta sexta-feira, uma semana após a ofensiva israelense contra os iranianos, mas os mercados reagiram positivamente depois que a Casa Branca disse que Trump decidirá nas próximas duas semanas se os EUA vão intervir ao lado de Israel.

Apesar do alívio pontual, ao longo do dia o dólar manteve ganhos ante boa parte das demais divisas, incluindo o real. Às 17h18, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,13%, a 98,799.

(Edição de Pedro Fonseca)

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