Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em leve baixa nesta quinta-feira, com o real beneficiando-se de um dia de recuperação das commodities e de um rali de ativos de risco no exterior, apesar de números mais fracos da economia brasileira divulgados na sessão em que a PEC dos Precatórios foi aprovada pelo Senado.
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A moeda norte-americana foi às mínimas do dia à medida que aumentava a expectativa de aprovação do projeto na Casa, o que ocorreu por volta de 14h30 (de Brasília). O texto modifica as regras de quitação dessas dívidas do governo e altera o prazo de correção do teto de gastos pelo IPCA, o que foi visto como uma vitória para o governo, apesar do imbróglio anterior. O texto terá de voltar à Câmara dos Deputados.
O dólar, posteriormente, reduziu as perdas.
"Acho que no fim das contas a aprovação da PEC estava no radar do mercado", disse Tulio Portella, diretor comercial da B&T Câmbio, que chamou atenção para a queda moderada do dólar nesta sessão depois de quatro dias seguidos de ganhos.
"O cenário é ainda de dólar forte, temos na pauta a pandemia, ano que vem tem eleição... As estimativas estão mais próximas de 6 reais do que de 5 reais", completou.
O dólar à vista caiu 0,21%, a 5,6594 reais, depois de oscilar entre 5,6797 reais (+0,15%) e 5,6143 reais (-1,00%). Nas quatro sessões anteriores em que subiu a cotação havia acumulado ganho de 1,90%.
O pico intradiário do dólar foi batido pouco depois do começo dos negócios, quando o mercado ainda analisava dados do PIB brasileiro referentes ao terceiro trimestre, que mostraram o país novamente entrando em recessão técnica (dois trimestres consecutivos de contração da atividade).
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"A confirmação da recessão reduz as chances de uma aceleração no ritmo de ajuste da Selic no encontro do Copom de dezembro e reforça nossa expectativa de desaceleração na velocidade de altas nas reuniões subsequentes", disse em relatório David Beker, chefe de economia no Brasil e de estratégia para América Latina do Bank of America Corp (NYSE:BAC) (SA:BOAC34).
Juros mais altos encareceriam o custo de apostas na alta do dólar contra o real, movimento que tenderia a beneficiar a moeda brasileira.
No exterior, moedas correlacionadas a matérias-primas, como dólar canadense, peso mexicano, peso colombiano e peso chileno, apreciavam, enquanto um índice de commodities subia 0,5%. Os índices de ações nos Estados Unidos saltavam até 2%, com o mercado voltando a procurar ativos de risco após temor recente sobre a nova variante da Covid-19.