Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em alta ante o real nesta terça-feira, em meio ao ambiente de maior aversão ao risco no exterior e à espera de importantes votações no Congresso Nacional sobre as novas metas fiscais e dos destaques à medida provisória que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP).
Às 10:31, o dólar avançava 0,45 por cento, a 3,1764 reais na venda, depois de bater 3,1774 reais na máxima do dia. O dólar futuro subia cerca de 0,20 por cento.
"Temos uma combinação de cautela com o exterior e também com as votações internas, que não estão em condições normais", afirmou o analista-chefe da empresa de investimentos Rico, Roberto Indech.
Nesta terça-feira, estão previstas as votações do projeto que altera as metas de déficit primário para 2017 e 2018, na Comissão Mista do Orçamento (CMO), e dos destaques da medida provisória que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP) na Câmara dos Deputados.
A cautela do mercado era porque a Câmara não estará sendo presidida pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Com a viagem do presidente Michel Temer à China, acompanhado do primeiro-vice-presidente da Câmara, as sessões serão comandadas pelo segundo-vice-presidente, André Fufuca (PP-MA), que está na primeira legislatura como deputado federal.
Também pesava o fato de que o governo, até nesta manhã, não havia enviado o projeto que reverteria sete vetos presidenciais à LDO de 2018 e que desagradou a base parlamentar. Isso poderá atrapalhar a votação do projeto que muda as metas fiscais.
"Embora esperemos que a MP 777 (da TLP) avance hoje na Câmara, isto tende a ser ofuscado pelo exterior desfavorável", ponderou a corretora Guide Investimentos.
O dólar caía ante uma cesta de moedas, tendo atingido mais cedo o nível mais baixo desde janeiro de 2015, enquanto que o euro subia, atingindo a marca de 1,20 dólar, com a demanda dos investidores por ativos de risco afetada.
A Coreia do Norte disparou um míssil na noite passada que voou sobre o Japão e aterrissou em águas do Pacífico na costa da região de Hokkaido, no norte do Japão, informaram Coreia do Sul e Japão, em acentuado aumento das tensões na península coreana.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu dizendo que todas as opções estão sobre a mesa para responder à Coreia do Norte.