SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em alta ante o real nesta segunda-feira, seguindo o movimento da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior em meio aos temores de que a pressão inflacionária leve o banco central dos Estados Unidos a ser mais firme no aperto monetário.
Às 10:39, o dólar avançava 0,88 por cento, a 3,4418 reais na venda, depois de cair 0,42 por cento na semana passada e fechar a sexta-feira a 3,4117 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,60 por cento.
"O Treasury de 10 anos testou novamente os picos deste ciclo econômico... geralmente, as rodadas de abertura (alta das taxas) dos Treasuries afetam o humor global a risco, o que está dando suporte ao dólar no mundo", disse o gestor e sócio da corretora Flag, Dan Kawa.
Os rendimentos dos Treasuries de 10 anos se aproximavam de 3 por cento, e com isso o dólar chegou a atingir a máxima em sete semanas ante a cesta de moedas.
A moeda também subia ante divisas de países emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano.
O movimento dos Treasuries ocorre num momento em que o mercado especula sobre o avanço da inflação nos Estados Unidos, o que levaria o banco central do país a ser mais duro no aumento dos juros.
"E isso levaria a menos liquidez no mercado, o que puxa o dólar", explicou um gestor de derivativos de uma corretora local.
Por ora, o mercado vem trabalhando com mais duas altas de juros nos EUA este ano, além da que já aconteceu em março.
Como pano de fundo, os investidores seguiam acompanhando o noticiário político em busca de informações sobre as articulações políticas para as eleições deste ano.
O Banco Central brasileiro realiza nesta sessão leilão de até 3,4 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem dos contratos que vencem em maio e somam 2,565 bilhões de dólares.
Se mantiver esse volume diário e vendê-lo integralmente, o BC rolará o valor total dos swaps que vencem no próximo mês.