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Investing.com – O dólar opera em leve alta nesta sexta-feira, após uma semana marcada por volatilidade, à medida que investidores ajustam posições diante da instabilidade nas políticas comerciais e antes da divulgação de um importante dado de inflação nos Estados Unidos.
Às 8 h de Brasília, o Índice do Dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas principais, subia 0,26%, alcançando 99,47. A moeda caminha para encerrar a semana com valorização modesta, após cinco semanas consecutivas de perdas.
A recuperação do dólar nesta sexta ocorre após perdas registradas na véspera, em meio à decisão de um tribunal federal de restabelecer temporariamente a maior parte das tarifas defendidas por Trump, revertendo, ainda que provisoriamente, a suspensão determinada anteriormente por outra instância judicial. Apesar do avanço no dia, a trajetória recente tem sido de depreciação, refletindo a aversão dos investidores a ativos norte-americanos diante da imprevisibilidade associada à atual abordagem comercial de Washington.
O foco do mercado agora se desloca para os dados do índice de preços PCE, medida preferida do Federal Reserve para monitorar a inflação. O núcleo do índice, que exclui os itens mais voláteis, deve apresentar alta mensal de 0,1%, ligeiramente acima do dado anterior.
Segundo analistas do ING, o componente de gastos pessoais pode ter papel ainda mais relevante: espera-se desaceleração para 0,2% no mês, contra 0,7% observado anteriormente. Um número abaixo do esperado nesse indicador pode pressionar negativamente o dólar.
Na zona do euro, o EUR/USD recuava 0,3%, cotado a 1,1332, após a divulgação de dados fracos do varejo alemão, que registrou contração de 1,1% em abril. Além disso, a inflação nos estados alemães mostrou fraqueza, enquanto a taxa harmonizada da Espanha caiu para o nível mais baixo desde outubro, sinalizando arrefecimento das pressões inflacionárias no bloco.
Esse quadro reforça as expectativas de corte de juros pelo Banco Central Europeu na reunião de 5 de junho, quando os mercados esperam uma redução da taxa de depósito de 2,25% para 2,00%, o que representaria o oitavo corte consecutivo. Analistas do ING observam que o mercado precifica atualmente 58 pontos-base de afrouxamento monetário na zona do euro para 2025, contra 50 pontos-base nos EUA, o que deve limitar movimentos mais amplos do EUR/USD no curto prazo.
A libra esterlina também recuava, com o GBP/USD negociado a 1,3480 (-0,1%), embora acumule valorização de mais de 1,5% no mês. A inflação persistentemente elevada no Reino Unido tem dificultado uma trajetória mais clara de flexibilização por parte do Banco da Inglaterra.
Na Ásia, o USD/JPY cedia 0,2%, para 143,88, com o iene se beneficiando da busca por ativos considerados porto seguro, após dados de inflação ao consumidor em Tóquio surpreenderem positivamente. Como Tóquio costuma antecipar as tendências da inflação nacional, o resultado reforça apostas de que o Banco do Japão poderá elevar os juros em sua reunião de julho. Embora esse possível movimento esteja sendo incorporado nas curvas, aumentos adicionais continuam sob escrutínio.
Outros dados japoneses também contribuíram para um sentimento mais otimista: a contração da produção industrial foi menor do que o estimado e as vendas no varejo superaram as expectativas.
Na China, o USD/CNY subia 0,1%, para 7,1949, com reação limitada mesmo após declarações do Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, indicando que as negociações comerciais com Pequim estão paralisadas após o acordo preliminar firmado no início de maio.
(Com informações da Reuters)