Dólar sobe após dados de inflação ao produtor nos EUA e notícias sobre tarifas de Trump

Publicado 13.02.2025, 11:34
Atualizado 13.02.2025, 11:43
© Reuters. Notas de dólarn08/02/2021. REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar ampliava os ganhos da sessão nesta quinta-feira, em linha com o avanço sobre moedas emergentes, depois que dados mostraram preços ao produtor acima do esperado nos Estados Unidos e que o presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou que anunciará novas tarifas mais tarde.

Às 11h20, o dólar à vista subia 0,56%, a R$5,7947 na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,40%, a R$5,808 na venda.

O governo norte-americano informou mais cedo que seu índice de preços ao produtor teve alta de 0,4% em janeiro, de um avanço de 0,5% em dezembro, em dado revisado para cima. Em 12 meses, o índice passou a subir 3,5%, estável em relação ao patamar do mês anterior, em outro número que sofreu revisão para cima.

Economistas consultados pela Reuters previam que a inflação ao produtor subiria 0,3% em janeiro na base mensal, de um ganho de 0,2% informados anteriormente para dezembro.

O resultado veio em linha com os números de inflação ao consumidor divulgados na véspera, que também vieram acima do esperado, reforçando a tese de que o Federal Reserve será cauteloso em seu ciclo de afrouxamento monetário.

"A ideia é que a economia norte-americana estando mais aquecida, mais resiliente, e observando pressões inflacionárias maiores, isso tende a contribuir para uma postura mais firme, cautelosa e defensiva do Fed, que deve ser paciente antes de cortar juros", disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

Desde ontem, operadores apostam em apenas uma redução de juros pelo Fed neste ano, ante a projeção de até dois cortes antes da divulgação do relatório de preços ao consumidor.

Juros elevados nos EUA significam rendimentos mais altos para os Treasuries, o que aumenta a atratividade da moeda norte-americana.

Também ajudando o dólar estavam as ameaças tarifárias de Trump, que confirmou o anúncio de tarifas recíprocas nesta quinta-feira, à medida que busca responder às taxas comerciais cobradas por outros países sobre produtos norte-americanos.

Trump disse em publicação em sua plataforma Truth Social que uma coletiva de imprensa sobre as tarifas ocorrerá às 15h (horário de Brasília) desta quinta.

Investidores temem que as iniciativas de Trump provoquem uma guerra comercial ampla, o que poderia afetar cadeias de suprimento no mundo todo e elevar os preços de diversos produtos.

Caso as tarifas ajudem a aumentar a inflação nos EUA, analistas apontam que isso também forçaria o Federal Reserve a manter a taxa de juros elevada por ainda mais tempo, o que favorece o dólar.

A medida se somará a outros anúncios tarifários já feitos por Trump, que incluem tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio, taxa de 10% sobre produtos da China e tarifas de 25% sobre México e Canadá -- esta última suspensa até o início do próximo mês após acordo com os dois vizinhos.

O dólar avançava sobre seus pares emergentes, subindo ante o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso colombiano.

Após a divulgação dos dados de inflação dos EUA e da publicação de Trump, que ocorreram em um intervalo de 20 minutos, o dólar atingiu sua cotação máxima do dia no Brasil, a R$5,7992 (+0,64%), às 11h03.

Os mercados emergentes ainda eram impactados pelas quedas nos preços do petróleo, em meio à possibilidade de um acordo pelo fim da guerra na Ucrânia após Trump conversar na quarta com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy.

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