Investing.com – A apreciação do dólar frente ao real deve continuar no ano que vem, segundo o Itaú BBA. Ainda que espere que a moeda americana fique em R$5 ao final deste ano, o banco estima R$5,25 para 2024, segundo relatório enviado aos clientes e ao mercado nesta segunda-feira, 09.
Conforme o banco, o dólar forte no contexto global e diferencial de juros menor pressionam a dinâmica do câmbio, mas haveria atenuantes. “Do lado doméstico, o prêmio de risco segue próximo das mínimas registradas no pós-pandemia e o fluxo de dólares segue positivo, principalmente com o bom desempenho da balança comercial puxado por exportações mais fortes e fluxo de investimento estrangeiro direto (participação no capital e intercompanhia de matriz para filial) seguindo em ritmo próximo de US$ 50 bilhões na margem, sendo suficiente para financiamento do déficit em conta corrente observado”, observam os economistas do banco.
Indicadores macroeconômicos
O Itaú BBA ainda divulgou projeções de indicadores, como déficits primários de 1,0% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 e de 1,2% do PIB em 2024.
“A aprovação e a implementação das medidas de arrecadação são fundamentais para as chances de sucesso do arcabouço fiscal e viabilidade da trajetória almejada de convergência do resultado primário. O pagamento de precatórios represados piora o déficit primário circunstancialmente, mas resolve um problema que seria maior se só tratado à frente”, pondera.
O banco estima crescimento do PIB de 2,9% em 2023 e de 1,8% em 2024. A taxa de desemprego, por sua vez, deve rondar 8% para o final de 2023 e 2024. A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve terminar este ano em 4,9% e o próximo em 4,1%. “O processo de desinflação começou liderado por itens comercializáveis (na esteira da normalização dos estoques e queda de preços de commodities em reais), o que acabou afetando, também, a inflação de serviços, que deve terminar o ano com o núcleo próximo de 5%”, completa.
Para as próximas decisões de política monetária, o Itaú BBA espera que haja uma aceleração no corte de juros em dezembro, fazendo com que a Selic atinja 11,50% ao final de 2023 e 9,00% ao final de 2024.