Dólar tem leve alta com incerteza sobre política tarifária dos EUA

Publicado 16.04.2025, 09:12
Atualizado 16.04.2025, 10:10
© Reuters. Nota de dólarn22/06/2017   REUTERS/Thomas White/Illustration

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista tinha leve alta ante o real nesta quarta-feira, apesar das perdas da moeda norte-americana em outros mercados emergentes, à medida que a incerteza sobre a política comercial dos Estados Unidos compensava o otimismo com a possibilidade de negociações tarifárias entre Pequim e Washington.

Às 9h55, o dólar à vista subia 0,22%, a R$5,9036 na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,32%, a R$5,909 na venda.

As perdas da moeda brasileira nesta sessão contrariavam o desempenho positivo de seus pares frente ao dólar, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno, que refletiam os preços mais altos do petróleo, com ganho de mais de 1%.

Por trás do apetite por risco estava uma crescente expectativa com a possibilidade de discussões tarifárias entre as duas maiores economias do mundo, após reportagem da Bloomberg News relatar que a China está aberta para conversas com os EUA, desde que haja demosntração de respeito.

As conversas poderiam levar a uma resolução da atual guerra comercial entre os dois países, que tem se intensificado desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou tarifas altas para uma série de parceiros em 2 de abril, resultando em trocas de retaliações por ambas as potências.

No momento, a taxa tarifária dos EUA sobre a China está em 145%, enquanto Pequim impôs tarifa de 125% sobre os produtos norte-americanos. Analistas temem que esse cenário possa levar a uma aceleração da inflação global e uma recessão econômica em vários países.

Os mercados emergentes ainda pareciam aliviados com recentes recuos de Trump em suas tarifas, após o presidente norte-americano implementar isenções para uma série de produtos eletrônicos e sinalizar a possibilidade de alteração em suas tarifas sobre automóveis e autopeças.

Por outro lado, Trump também já indicou a intenção de apresentar novas taxas sobre produtos farmacêuticos e chips semicondutores.

Já no Brasil, predominava a incerteza sobre a política comercial dos EUA, que tem sido um fator de aversão ao risco nas últimas semanas, uma vez que os investidores têm perdido a confiança nas autoridades norte-americanas em meio à sequência de ameaças e recuos consecutivos.

Essa desconfiança tem levado agentes financeiros a se desfazerem de suas posições compradas na moeda norte-americana, buscando outras moedas seguras, como o iene e o franco suíço, gerando fuga de risco em mercados com moedas mais arriscadas.

"Em um cenário de negociação das tarifas, com desaceleração americana, mas sem resultar em recessão global, é razoável esperar um enfraquecimento do dólar e consequente apreciação da moeda brasileira", disse o Itaú (BVMF:ITUB4) em relatório divulgado nesta quarta-feira.

"No entanto, a escalada da guerra comercial, com retaliações e consequente recessão global tenderia a aumentar a aversão ao risco e resultar numa taxa de câmbio mais depreciada", completou.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,40%, a 99,676.

As atenções estarão voltadas ao longo do dia para o início de negociações comerciais entre EUA e Japão, à medida que autoridades japonesas visitam Washington em busca de um alívio tarifário.

Também estará no radar um discurso do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, às 14h30, no que serão seus primeiros comentários desde que Trump anunciou na semana passada uma pausa de 90 dias para a maioria de suas tarifas "recíprocas".

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