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Dólar tem maior alta semanal em 1 mês e mira Powell em Jackson Hole

Publicado 19.08.2022, 17:14
© Reuters. Funcionário do banco Korea Exchange conta notas de dólar na sede da instituição em Seul
28/04/2010
REUTERS/Jo Yong-Hak
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Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar voltou a ficar perto da estabilidade no encerramento das operações no mercado interbancário nesta sexta-feira, com fluxos de exportadores depois que a moeda superou 5,22 reais após vários dias seguidos de ganhos, ao fim de uma semana em que a cotação valorizou a reboque de temores inflacionários no mundo e de renovadas preocupações com a economia chinesa.

O dólar à vista registrou variação negativa de 0,06%, a 5,1685 reais, após oscilar entre 5,2207 reais (+0,95%) e 5,166 reais (-0,11%).

A taxa de câmbio segue "congestionada" entre suas médias móveis de 50, 100 e 200 dias, linhas que, rompidas de maneira sustentável, poderiam indicar início de tendência para os preços.

Na semana, o dólar subiu 1,86%. A alta por pouco não evaporou as perdas no acumulado do mês (agora em 0,08%) e reduziu a queda no ano para 7,27%.

O real não chegou a figurar entre as moedas de pior desempenho na semana, com seus pares chileno, colombiano e rand sul-africano encabeçando a lista de perdas no espectro de divisas emergentes.

Mas, num mau agouro para a divisa brasileira e outras de países exportadores de commodities, chamou atenção o declínio do iuan chinês, que pelas taxas "offshore" sofreu a maior desvalorização semanal desde abril (de cerca de 1,4%) e tocou o menor patamar desde setembro de 2020, a 6,8446 por dólar.

A China segue enfrentando reveses nas cadeias de suprimentos decorrentes da pandemia de Covid-19, e suas perspectivas de crescimento tiveram novo abalo nos últimos dias conforme uma onda de calor no país forçou a paralisação de fábricas e piorou o cenário de seca nos reservatórios, com relatos de restrição no consumo de eletricidade.

É nesse contexto em que a segunda maior economia do mundo patina e os EUA seguem enfrentando inflação alta que estrategistas do Bank of America (NYSE:BAC) não veem refresco no curto prazo.

"Com a inflação várias vezes acima da meta na maioria dos casos, acreditamos que é muito cedo para esperar um pivô 'dovish' (inclinado a flexibilizar a política monetária). Vemos riscos de taxas de juros mais altas, por mais tempo, do que os preços de mercado. O PBOC (banco central chinês) sinaliza seu desejo de depreciação do iuan com amarras, e rand sul-africano, real, peso mexicano e zloty polonês mostram a maior sensibilidade aos movimentos do iuan", disseram os profissionais em nota.

Na próxima semana, investidores estarão atentos à ata da reunião de julho do Banco Central Europeu (BCE), bem como a comentários do chair do Fed, Jerome Powell, quando discursar na conferência anual global de bancos centrais em Jackson Hole, Wyoming, em 26 de agosto.

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