Embora o noticiário desta quinta-feira não tenha sido muito intenso, o mercado de câmbio doméstico esteve suscetível a uma série de fatores ao longo do dia, que trouxeram instabilidade ao dólar. Pela manhã, a moeda americana chegou a cair até o nível dos R$ 4,70 no mercado à vista. À tarde, a deterioração de ativos nos Estados Unidos levou a cotação do spot a subir aos R$ 4,75. Analistas afirmam que o cenário doméstico segue favorável, mas a cautela se impôs em um dia de queda forte da bolsa e alta dos juros dos títulos nos Estados Unidos.
O dólar foi às máximas pouco antes das 16h, puxado pelo estresse do mercado americano com o racha em torno de uma proposta do Federal Reserve para aumentar as exigências de capital de bancos com mais de US$ 100 bilhões em ativos. Em meio às discussões dos dirigentes da instituição, os índices de ações em Nova York passaram a cair e os prêmios dos Treasuries foram às máximas em todos os vencimentos.
Até então, as cotações no Brasil vinham operando descoladas da tendência internacional, que desde cedo era de apreciação da moeda americana ante divisas fortes e também ante as de países emergentes. Na mínima do dia, o spot chegou aos R$ 4,7096 (-0,32%), com operadores descrevendo fluxo positivo, otimismo com o upgrade do Brasil e expectativa de incentivos à economia chinesa e seus efeitos colaterais na demanda por matérias-primas brasileiras.
A piora do mercado internacional, à tarde, ocorreu em um momento em que as cotações oscilavam em torno da estabilidade, com o viés de baixa que predominava desde a abertura. Com a brusca queda do Ibovespa, para além dos 2%, as cotações galgaram máximas até os últimos minutos de negociação.
Assim, o dólar à vista fechou aos R$ 4,7587, em alta de 0,65%, pouco depois de ter atingido máxima aos R$ 4,7592 (+0,66%). No mercado futuro, o dólar para liquidação em agosto subia 0,30% às 17h05, aos R$ 4,7565. Com o resultado de hoje, o dólar à vista reduziu a queda acumulada na semana para 0,46% (-0,65% no ano).
Às 17h06, o Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis moedas fortes, tinha alta de 0,90%, aos 101,792 pontos. No confronto com divisas de países emergentes e exportadores de commodities, o dólar tinha altas mais expressivas ante o rand sul-africano (+1,50%), o rublo(+0,80%) e o dólar australiano (+0,79%). A exceção ficava por conta da lira turca, que operava praticamente estável (-0,02%).