Exterior piora e empurra dólar acima de R$5,40

Publicado 18.07.2022, 17:03
Atualizado 18.07.2022, 18:15
© Reuters.

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar começou a semana em alta e de volta acima de 5,40 reais, abandonando perdas de mais cedo nesta segunda-feira à medida que o sentimento de investidores piorou na parte da tarde em meio a dúvidas sobre a saúde da economia global.

O dólar à vista subiu 0,37%, a 5,4258 reais na venda. No fim da manhã, chegou a tocar 5,3526 reais, queda de 0,99% e menor patamar em uma semana.

O dia foi de menor volume de negócios, o que deixou a taxa de câmbio mais suscetível a fluxos pontuais. Cerca de 600 milhões de dólares em moeda spot haviam sido contratados para dois dias (D+2) até por volta de 17h15 (de Brasília) na clearing de câmbio da B3 (BVMF:B3SA3), contra média diária dos últimos 21 pregões de cerca de 1,25 bilhão de dólares, segundo dados da Refinitiv e B3.

O humor externo pautou mais uma vez o movimento cambial no Brasil, em meio ainda aos debates sobre inflação global, aperto das políticas monetárias e risco de recessão. Em Wall Street, os índices de ações fecharam em queda depois de altas mais cedo. O Nasdaq Composite, por exemplo, chegou a subir 1,54%, mas virou e terminou perdendo 0,81%.

A semana é marcada por ansiedade antes do que pode ser a primeira alta de juros na zona do euro em muitos anos, evento que precederá a aguardada decisão de juros pelo banco central dos EUA no próximo dia 27 --acontecimento que tem dominado a pauta dos mercados há semanas.

Operadores haviam migrado apostas para um superaumento de 1 ponto percentual na taxa básica de juros norte-americana, o que catapultou o dólar em todo o mundo nas últimas sessões. Porém, declarações de autoridades do Fed no sentido de manutenção de ritmo acalmaram os ânimos e levaram as apostas de volta para 0,75 ponto.

Ainda assim, a inflação persistentemente alta nos EUA mantém a pressão para o Fed seguir puxando os juros para cima, reduzindo o ganho "extra" que o investidor pode receber ao aplicar em taxas de emergentes, como o Brasil, em que a Selic está em 13,25% ao ano e deve parar de subir antes do fim do ciclo norte-americano de restrição monetária.

"Vemos o real num intervalo estreito e com tendência de depreciação", disse em relatório Bertrand Delgado, do Société Générale (EPA:SOGN), para quem a moeda continua exposta a condições financeiras globais "mais adversas", fortalecimento do dólar no mundo, aumento do rendimento do título de dez anos nos EUA, crescimento externo e local mais fracos e adiamento de um ajuste fiscal pós-eleição.

A deterioração dos termos de troca --razão entre preços de exportados e importados-- também joga contra o real, segundo Delgado. Ele, no entanto, ponderou:

"Uma avaliação barata, um 'carry' (retorno de taxa de juro) atraente e baixos desequilíbrios externos na conta corrente devem oferecer suporte ao apetite pelo real se o risco global

melhorar."

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