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Investing.com — O dólar segue pressionado em 2025, e o UBS projeta que a tendência de desvalorização deve se estender até 2026, refletindo o enfraquecimento do crescimento econômico dos EUA e o aumento das incertezas políticas, que impõem obstáculos estruturais à moeda.
Por volta das 12 h de Brasília, o Índice do Dólar, que mede o desempenho da divisa frente a uma cesta de seis moedas fortes, recuava 0,59%, a 99,39, acumulando uma queda de mais de 8% no ano. No mesmo horário, o EUR/USD avançava 0,4%, cotado a US$ 1,1328, com alta superior a 9% em 2025.
Nos últimos anos, a economia dos EUA apresentou desempenho superior ao de seus pares, sustentada, em grande parte, por uma política fiscal altamente expansionista, implementada mesmo em um cenário de pleno emprego. Essa estratégia forçou o Federal Reserve a manter uma política monetária restritiva, enquanto outros bancos centrais conduziram ciclos de corte de juros.
Contudo, segundo relatório do UBS publicado em 21 de maio, esse cenário está prestes a mudar.
O governo Trump assumiu o mandato com o compromisso de reduzir despesas consideradas excessivas e utilizar essas economias para financiar cortes de impostos.
“A dinâmica clássica da economia americana, aliada ao ambiente político, sugere que haverá custos no curto prazo antes que os benefícios dos cortes fiscais se materializem. É necessário reduzir gastos primeiro, para só então colher os efeitos positivos da redução de impostos”, destacou o UBS.
Além disso, o banco suíço projeta desaceleração do crescimento dos EUA nos próximos trimestres, à medida que a incerteza crescente tende a limitar decisões de investimento. Nesse contexto, o Federal Reserve deve retomar o ciclo de afrouxamento monetário ainda este ano.
Paralelamente, a combinação de política fiscal e monetária na Europa também passa por mudanças relevantes. A decisão da Alemanha de suspender o tradicional freio da dívida representa a maior expansão fiscal desde a reunificação do país.
Combinada ao aumento dos investimentos europeus em defesa, essa mudança deve levar o crescimento da zona do euro para 1% ou mais, dentro do horizonte de projeção do UBS. Como o efeito desse estímulo fiscal tende a ganhar força no final deste ano, o banco projeta que o ciclo de flexibilização do Banco Central Europeu (BCE) se encerrará com as taxas estabilizadas em 1,75%.
“Acreditamos que a convergência entre crescimento econômico e política monetária favorece a valorização do EUR/USD”, apontou o UBS. “Nossa projeção para o par é de 1,20 até o final de junho de 2026, acompanhando o enfraquecimento do dólar ao longo dos próximos trimestres.”