Investing.com – O dólar recuou para o menor patamar em mais de dois meses no início do pregão europeu desta segunda-feira, 20, ampliando as fortes perdas da semana passada, diante do aumento das apostas de que o Federal Reserve encerrou seu ciclo de elevação de juros.
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Às 08:20 de Brasília, o Índice Dólar, que compara a moeda americana a uma cesta de seis outras importantes divisas, apresentava queda de 0,31% para 103,58, pouco acima da mínima desde o final de agosto, estendendo sua queda de quase 2% da semana passada - a maior baixa semanal desde julho.
Dólar pressionado
O dólar foi pressionado na maior parte da última semana, após uma série de dados fracos do mercado de trabalho e da inflação, que levaram os investidores a aumentar a probabilidade de que o Fed tenha parado de subir as taxas de juros, e que o banco central possa começar a cortar as taxas já em março do próximo ano.
“A queda do dólar foi generalizada, significando que até o iene japonês, pouco apreciado, encontrou alguns compradores”, escreveram analistas do ING, em nota.
O foco agora está na ata da reunião de final de outubro do Fed para mais pistas sobre a política monetária, que serão divulgadas na terça-feira.
“Essa foi a reunião em que o Fed manteve seu viés de aperto, mas reconheceu que as condições financeiras mais restritivas estavam fazendo parte do trabalho do Fed”, acrescentou o ING. “O mercado parece estar disposto a buscar alguns sinais de cautela aqui, e isso pode representar um risco negativo para o dólar.”
Euro se valoriza apesar da queda nos preços dos produtores alemães
Na Europa, o euro avançava 0,2%, para 1,0926, beneficiando-se do dólar fraco, mesmo após o índice de preços aos produtores da Alemanha ter caído 11,0% em uma base anual em outubro, influenciados por uma queda anual de 27,9% nos preços da energia.
Isso se seguiu à confirmação do índice de preços ao consumidor na zona do euro em 2,9% em base anual na semana passada, abaixo dos 4,3% do mês anterior.
No entanto, vários membros do Banco Central Europeu (BCE) têm enfatizado a necessidade de manter as taxas de juros em níveis relativamente elevados, já que a inflação permanece alta.
“Seria imprudente começar a cortar as taxas de juros muito cedo”, declarou o presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, em um discurso na sexta-feira. “Não devemos afrouxar a política [monetária] até que estejamos absolutamente seguros de retornar à estabilidade de preços de forma duradoura.”
Libra esterlina perto da máxima de dois meses; discurso de Bailey no radar
A {2|libra esterlina}} subiu 0,3% para 1,2492, próximo ao pico de dois meses, com o governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, programado para falar mais tarde na sessão.
O índice de preços ao consumidor do Reino Unido despencou para 4,6% em uma base anual em outubro, de 6,7% em setembro, a maior queda na taxa anual do IPC de um mês para o outro desde abril de 1992.
No entanto, a inflação no Reino Unido permanece entre as mais altas do mundo desenvolvido, e o Banco da Inglaterra tem procurado enfatizar que está longe de cortar as taxas de juros.
Iuane e iene se beneficiam da fraqueza do dólar
Na Ásia, o dólar caiu 0,6% para 7,1712 contra o iuane, com a moeda chinesa subindo para seu nível mais forte contra o dólar desde o início de agosto.
O Banco do Povo da China manteve sua principal taxa de empréstimo preferencial perto das mínimas recordes na segunda-feira, enquanto mantinha a injeção de cerca de 80 bilhões de iuanes de liquidez na economia.
Separadamente, autoridades chinesas prometeram mais apoio político para o abalado setor imobiliário do país - um movimento que ajudou a fortalecer a confiança em uma das maiores indústrias da China.
Por fim, o iene se valorizou 0,8%, para 148,41 contra o dólar, marcando a primeira vez em quase três semanas que o valor da moeda americana fica abaixo de 150 contra a divisa japonesa. Essa mudança reflete a menor preocupação dos investidores com novos aumentos nas taxas de juros nos Estados Unidos.