Por Ambar Warrick
Investing.com — O iuane chinês afundou até a mínima de dois anos nesta quarta-feira, devido à expectativa de um novo aumento de juros nos EUA, responsável por impulsionar o dólar, além de preocupações com uma desaceleração do crescimento econômico no país.
Às 9h29, o iuane caía 0,42%, para 7,0478 contra o dólar, após chegar seu nível mais fraco desde julho de 2020. O movimento também marcou a terceira sessão consecutiva em que a moeda fica abaixo do importante patamar psicológico de 7.
A maior fonte de pressão sobre o iuane era a valorização do dólar. O Índice Dólar saltou 0,6% na terça-feira e estava perto das máximas de 20 anos, na expectativa de um aumento de pelo menos 75 pontos-base (pb) na taxa de juros pelo Federal Reserva dos EUA hoje.
O iuane agora enfrenta um distanciamento cada vez maior entre as taxas de juros locais e dos EUA, principal razão por trás das perdas incorridas pela moeda neste ano. O Banco Popular da China manteve sua taxa básica na terça-feira, após cortá-la diversas vezes neste ano, a fim de promover o crescimento.
O governo chinês agora precisa fazer um verdadeiro “malabarismo” para injetar mais estímulo ao crescimento econômico, sem fazer com que o iuane se desvalorize ainda mais. A moeda recuou apesar de uma série de ações de respaldo do banco central e, neste ano, é uma das divisas com pior desempenho na Ásia.
O crescimento econômico na China desacelerou consideravelmente neste ano, em grande medida devido à política de Covid zero implementada por Pequim. Os bloqueios sanitários em grandes centros econômicos, como Shenzhen e Chengdu, interromperam a atividade comercial, além de minar profundamente a confiança dos investidores no país.
Na quarta-feira, a Câmara Europeia de Comércio, um importante grupo industrial, alertou que a atratividade da China como centro de investimento estava se deteriorando, em razão da sua relutância em mudar de posição em relação à política de Covid zero.
A política resultou em lockdowns esporádicos neste ano e manteve as fronteiras chinesas fechadas, em grande parte, a viagens internacionais. Pequim corroborou seu posicionamento, declarando que precisava evitar que o sistema de saúde se sobrecarregasse, além de evitar a perda de vidas.