Por Geoffrey Smith
Investing.com – A libra esterlina enfrentava dificuldades para avançar, e as ações americanas continuavam apresentando desempenho pior que seus pares europeus na sexta-feira, em meio a temores de que o impasse político dure meses, depois da renúncia de Boris Johnson à liderança do Partido Conservador na quinta-feira.
Às 11h28 (horário de Brasília), a libra esterlina recuava 0,03% frente ao dólar, a 1,2018, e 0,13% frente ao euro, a 1,1812, enquanto o FTSE 100 subia 0,11%.
Os analistas não encararam bem a sugestão, esboçada por Johnson em sua renúncia, de que serão necessários até três meses para a indicação de um novo primeiro-ministro, enquanto o Partido Conservador organiza uma eleição para sua liderança. Nesse período, Johnson continuará no cargo, mas reportagens na imprensa britânica dizem que ele prometeu aos colegas não tomar qualquer decisão política radical.
De acordo com as regras atuais do Partido Conservador, que foram usadas para nomear Johnson há três anos, os parlamentares do partido apresentarão aos membros nacionais uma escolha unânime ou, mais provavelmente, uma escolha entre dois candidatos de suas fileiras. O mais provável, contudo, é que o processo de redução da lista de possíveis líderes se arraste durante o verão local.
Ainda há poucos sinais sobre quem será o sucessor. Tradicionalmente, nem o partido parlamentar nem os membros veem com bons olhos a pessoa diretamente responsável pela queda do líder anterior. Johnson, cujas ações ajudaram na queda de Theresa May e, antes dela, de David Cameron, foi uma exceção à convenção. Mas, se a regra for mantida, ela reduziria as chances de Rishi Sunak e Sajid Javid, cujas renúncias ao Tesouro e ao Ministério da Saúde na terça-feira desencadearam o ato final do drama da liderança de Johnson.
Dessa forma, Sunak deixou de ser a opção favorita nas casas de apostas para assumir o cargo de primeiro-ministro, sendo substituído pelo Secretário de Defesa, Ben Wallace, graças ao seu eloquente e enérgico apoio à Ucrânia desde a sua invasão pela Rússia em fevereiro. Penny Mordaunt, outra ex-ministra da Defesa, também é apontada como possível candidata, assim como Tom Tugendhat, um veterano das guerras do Iraque e do Afeganistão, além de ser popular na base do partido, apesar de nunca ter ocupado cargos importantes – o que talvez a acabe ajudando.