Pequim, 12 ago (EFE).- A maior petrolífera da China, CNPC,
confirmou hoje que acelerará suas aquisições em regiões como América
Latina e África.
Um executivo da CNPC (China National Petroleum Corp), que pediu
anonimato, disse ao jornal oficial "China Daily" que os preços
"relativamente baixos dos ativos estrangeiros este ano" oferecem
oportunidades sem precedentes para a companhia.
Nas últimas semanas, altos funcionários do Governo confirmaram
que a CNPC está em conversas com a espanhola Repsol para adquirir a
argentina YPF.
Em uma tentativa de reforçar a segurança energética da China, a
estatal mantém conversas com parceiros estrangeiros para vários
acordos, de acordo com o executivo.
Esta semana, a imprensa local informou que a terceira maior
petrolífera chinesa, a CNOOC, tinha oferecido US$ 17 bilhões pelos
84% que a Repsol tem na argentina YPF.
A firma chinesa manteve contatos com executivos da Repsol em uma
reunião em 30 de julho na Europa, no que poderia ser o maior
investimento exterior da China no setor.
Porta-vozes da CNPC e da CNOOC se recusaram a comentar o possível
acordo com a Repsol.
O acordo, porém, parece cada vez mais próximo, depois que em
julho Zhang Guobao, vice-presidente da Comissão Nacional de Reforma
e Desenvolvimento da China (principal órgão econômico) confirmou que
a CNPC mantém conversas com a petrolífera espanhola.
O presidente da CNPC, Jiang Jiemin, disse já havia dito que sua
companhia procura reforçar a cooperação com empresas de países ricos
em jazidas, como Cazaquistão, Venezuela e Catar, e que as fusões e
aquisições estrangeiras seriam "fundamentais".
A crise financeira representou uma boa oportunidade para que a
CNPC amplie suas reservas, dados os baixos preços das
matérias-primas, impulsionados pela crescente necessidade de
petróleo da China, segundo consumidor de energia do mundo.
As principais regiões das quais a China importa petróleo são
Oriente Médio, África e Ásia Pacífico.
Em um acordo paralelo, a CNPC e sua parceira Kazmunaigas, do
Cazaquistão, negociam a aquisição conjunta da Mangistaumunaigas por
US$ 3,3 bilhões, como parte de um acordo de crédito em troca de
petróleo de US$ 10 bilhões assinado este ano entre as duas partes.
EFE