Investing.com – O dólar norte-americano continuou em alta em relação à maioria de suas principais rivais na sexta-feira, uma vez que dados otimistas sobre a inflação e a habitação nos EUA somaram-se às expectativas de um aumento das taxas de juros entre setembro a dezembro.
Dados na sexta-feira mostraram que os preços ao consumidor dos EUA subiram 0,3% em junho, o quinto aumento mensal consecutivo, ao passo que os preços da inflação subjacente, que exclui alimentos e energia, aumentaram 0,2 % no mês passado, somando-se aos sinais de uma estabilidade inflacionária.
Um relatório separado mostrou que a construção de imóveis nos EUA subiu 9,8% para 1.174 milhão de unidades em junho. Os analistas haviam projetado um aumento de 6,2% no setor de construção no mês passado.
Enquanto isso, os alvarás de construção nos EUA avançaram 7,4% para 1,343 milhão de unidades em junho, o nível mais alto desde julho de 2007, apontando para um mercado imobiliário com rápido fortalecimento.
No início da semana, a presidente do Banco Central dos EUA (Fed), Janet Yellen, disse que o banco central está próximo de aumentar as taxas de juros até o fim do ano se a economia continuar crescendo como o esperado.
O índice do dólar, que avalia a força do dólar norte-americano em comparação com a cesta das seis principais moedas, subiu 0,3% para 98,09 na sexta-feira, o nível mais forte desde 23 de abril.
Na semana, o índice subiu 1,9%, o maior ganho semanal desde maio, em meio a crescentes indicações de que um aumento das taxas está prestes a acontecer nos EUA ainda neste ano.
O dólar ganhou terreno em relação ao iene e franco suíço, com USD/JPY atingindo uma alta de três semanas e USD/CHF em uma alta de 12 semanas, em meio a especulações de que o Fed vai realizar o primeiro aumento das das taxas em quase uma década em até setembro.
EUR/USD caiu 0,41%, para 1,0831 na sexta-feira, o nível mais baixo desde 27 de maio, uma vez que dados econômicos otimistas oriundos dos EUA evidenciaram a perspectiva de que a política monetária entre o Fed e o Banco Central Europeu são divergentes.
A moeda única perdeu 3% contra o dólar na semana, o pior desempenho semanal em oito semanas.
Os ministros da zona do euro concordaram na quinta-feira a dar à Grécia um empréstimo-ponte de € 7 bilhões de um fundo da União Europeia para manter suas finanças em ordem até que um resgate seja aprovado.
As notícias foram divulgadas após o Banco Central Europeu ter aumentado seu empréstimo de emergência para os bancos gregos em € 900 milhões e ter acrescentado que operando sob a suposição de que a Grécia permanecerá na zona do euro.
Enquanto isso, a libra atingiu uma alta de oito anos em relação ao euro, uma vez que as expectativas para um aumento das taxas no Reino Unido impulsionaram a demanda pela moeda.
O presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, disse no início da semana que o momento para aumentos da taxa está se aproximando.
Em outros lugares, os dólares canadense, autraliano e neozelandês atingiram uma baixa de vários anos contra sua homóloga norte-americana, uma vez que a queda dos preços das commodities e as preocupações com a saúde da economia da China reduziram a demanda por ativos atrelados ao crescimento.
Os futuros de ouro atingiram uma baixa de cinco anos de US$ 1.129,60 na sexta-feira, ao passo que o petróleo atingiu uma baixa de 14 semanas de US$ 50,50.
Nesta semana, os participantes do mercado vão aguardar os dados dos EUA sobre as vendas de imóveis e pedidos de auxílio-desemprego casas para mais indicações sobre a força da economia e o momento de um aumento das taxas de juros.
Dados de manufatura oriundos da China, da zona do euro e dos EUA também estarão em foco.
Antecipando-se à próxima semana, a Investing.com compilou uma lista desses e de outros eventos significativos que podem afetar os mercados.
Segunda-feira, 20 de julho
O Canadá deve divulgar um relatório sobre as vendas por atacado.
Terça-feira, 21 de julho
O Banco Central da Austrália (RBA) deve publicar a ata da sua última reunião de política monetária, para dar aos investidores uma visão sobre como as autoridades veem a economia e as suas opções políticas.
A Suíça deve publicar dados oficiais sobre a balança comercial.
O Reino Unido deve publicar um relatório sobre o financiamento do setor público.
Quarta-feira, 22 de julho
A Austrália deve publicar dados sobre a inflação de preços ao consumidor, ao passo que o presidente do Banco Central da Austrália, Glenn Stevens, discursará em um evento público.
O Banco da Inglaterra deve publicar a ata de sua reunião de julho.
Os EUA devem divulgar dados do setor privado sobre as vendas de imóveis residenciais usados e um relatório do governo sobre as reservas de petróleo bruto.
Quinta-feira, 23 de julho
O Banco da Reserva da Nova Zelândia deve anunciar sua taxa básica de juros e publicar sua declaração de taxa, que delineia as condições econômicas e os fatores que afetam a decisão de política monetária.
O Japão deve produzir um relatório sobre a balança comercial.
A Espanha deve divulgar seu relatório de emprego trimestral.
O Reino Unido deve divulgar dados oficiais sobre as vendas no varejo.
Na quinta-feira, os EUA devem divulgar o relatório sobre pedidos novos de seguro-desemprego.
O Canadá deve publicar dados sobre as vendas no varejo.
Sexta-feira, 24 de julho
A Nova Zelândia deve publicar um relatório sobre a balança comercial.
A China deve publicar a leitura preliminar o índice HSBC para o setor de manufatura.
A zona do euro deve divulgar dados de levantamento sobre a atividade no setor privado.
Os EUA devem resumir a semana com relatórios sobre a atividade manufatureira e as vendas de imóveis residenciais novos.