O dólar cedia ante as principais moedas fortes nesta quinta-feira, exibindo perdas acentuadas frente ao euro, que recebia o suporte da sinalização do Banco Central Europeu (BCE) de que deve manter a abordagem gradual no processo de alívio monetário. O dólar seguiu pressionado ainda ante o iene japonês e a libra esterlina, após dados mistos nos Estados Unidos, que mantiveram o espaço para o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) relaxar sua política monetária, ainda que em ritmo contido na próxima semana.
O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de pares fortes, fechou com queda de 0,31%, a 101,366 pontos. O euro se valorizava a US$ 1,1069, enquanto a libra subia a US$ 1,3117.
O euro avançava diante da leitura de que o BCE, que reduziu os juros hoje em 0,25 ponto porcentual, agirá sem celeridade.
"A probabilidade de um ritmo gradual de cortes do BCE poderá proporcionar alguma vantagem adicional para o euro, particularmente se o Fed entregar um ciclo agressivo de flexibilização nos próximos meses", escreveu o estrategista da Ebury, Matthew Ryan.
O Rabobank acredita que a janela de cinco semanas até a próxima reunião de política monetária do BCE não será suficiente para que a autarquia ganhe confiança para cortar novamente os juros em outubro.
Como a presidente do BCE, Christine Lagarde, não deu qualquer diretriz sobre o momento da próxima mudança de política, o Danske considerou que a autarquia está satisfeita com a atual precificação no mercado que contempla cortes de 25 pontos-base por trimestre até o final do próximo ano.
O dólar também mostrava fraqueza ante o iene e a libra. Para o BNP Paribas (EPA:BNPP), o dólar deve, provavelmente, se enfraquecer até o fim do próximo ano. O banco espera que os investidores globais reduzam a sua exposição de peso mais elevado (overweight) em dólar à medida que o Fed inicie o seu ciclo de flexibilização.
O BNPP vê o euro a US$ 1,15 e o dólar a 132 ienes até o final de 2025. "Observamos que essas previsões estão condicionadas a um pouso suave (da economia dos EUA), bem como a uma presidência de Harris e a um Congresso dividido", salientaram.
*Com Dow Jones Newswires