O dólar recuou nesta segunda-feira, 13, ante rivais, acompanhando a reprecificação de investidores do esperado aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na próxima semana, após a falência do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank. Analistas apontam que o BC americano deve reduzir o ritmo de novas altas de juros, enquanto o mercado já amplia expectativas por cortes de taxa ainda este ano.
O índice DXY fechou em queda de 0,94%, aos 103,595 pontos. Neste fim de tarde, o dólar recuava a 133,39 ienes, o euro avançava a US$ 1,0733 e a libra subia a US$ 1,2189.
Em sessão marcada por intensa volatilidade nos mercados, o dólar iniciou negociações já enfraquecido no exterior. Investidores ponderavam sobre o agravamento dos problemas no setor bancário dos Estados Unidos, com a falência dos bancos SVB e Signature desencadeando ações do Fed e outros reguladores para impedir contágio total do sistema. Apesar do dólar ser considerado ativo de segurança, pesou a perspectiva de que o Fed possa reduzir o ritmo de aperto monetário tendo em vista como as altas de juros poderiam intensificar a crise bancária. Isso também prejudicou as negociações dos Treasuries e impulsionou metais preciosos, em especial do ouro.
Neste cenário, iene e franco suíço avançaram sobre a moeda americana e, segundo o ING, devem continuar sendo buscadas durante a semana por investidores com menor apetite por risco. No fim da sessão, o dólar recuava a 0,9118 francos suíços.
Em relatório a clientes, o ING projeta que o euro também deve se beneficiar com o realinhamento de expectativas sobre o aperto do BC americano, podendo alcançar US$ 1,07 ou US$ 1,08 até o final da semana. "Se o Fed acomodar as esperanças do mercado de redução no aperto, haverá amplo espaço para o sentimento do mercado se recuperar, pois os ativos de risco se beneficiarão da combinação de expectativas de taxas significativamente mais baixas", avalia o ING.
Já o Rabobank acredita que o anúncio do Fed e outros reguladores americanos promovendo ações para impedir o contágio do sistema bancário indica que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) deve manter as altas de juros na próxima decisão, em 22 de março, para conter riscos inflacionários. O banco ainda mantém a sua projeção de que o euro deve permanecer em US$ 1,06 nos próximos três meses.
Nesta tarde, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou um novo acordo com a Argentina, incluindo revisão do programa de renegociação da dívida firmado em 2022. O dólar recuava a 200,6939 pesos argentinos.
Mais cedo, a Fitch manteve avaliação "AA-" sobre a moeda estrangeira de longo prazo da Coreia do Sul, com perspectiva estável, atribuindo a uma posição "robusta" das finanças externas e desempenho macroeconômico resiliente. No fim da sessão, o dólar recuava a 1.297,51 wons.
*Com informações da Dow Jones Newswires