O dólar encerrou o dia em alta ante moedas rivais nesta segunda-feira, 9, após operar sem direção única durante a manhã. A moeda americana ganhou impulso após a divulgação do relatório Jolts de julho nos Estados Unidos, o que reforçou a leitura de avanço econômico no país, após uma semana de dados majoritariamente positivos.
O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis pares, avançou 0,16%, aos 92,945 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro recuava a US$ 1,1741, a libra cedia a US$ 1,3853, enquanto o dólar apreciava a 110,32 ienes.
O avanço na abertura postos de trabalho nos Estados Unidos a 10,073 milhões de vagas em junho, maior nível da série histórica do relatório Jolts, ajudou a "cimentar" a visão de que o Banco Central Europeu (BCE) ficará atrás do Federal Reserve (Fed) na retirada de estímulos monetários, segundo avalia o analista sênior Joe Manimbo, do Western Union.
O ING tem visão semelhante, e estima que os dirigentes do Fed devem discutir o "tapering", como é chamada a retirada gradual dos estímulos, no Simpósio de Jackson Hole, entre os dias 26 e 28 deste mês, o que deve reforçar a ideia de que o BC dos EUA apertará as condições financeiras entre o fim de 2022 e o começo de 2023. Tal ambiente permite que algumas divergências gritantes ocorram entre o euro e o dólar", afirma o banco holandês.
Se juntando à ala "hawkish" do Fed, o dirigente da distrital de Boston da entidade, Eric Rosengren, defendeu que o tapering seja anunciado em setembro e tenha início nos meses seguintes. Além dele, na defesa pela retirada dos estímulos em breve pelo Fed, estão o vice-presidente do BC americano, Richard Clarida, o diretor da entidade, Christopher Waller, e os presidentes do Fed de Dallas, Robert Kaplan, e de St. Louis, James Bullard, segundo levantamento realizado pelo Broadcast.
Outra ponto abordado pelo Nordea que, segundo o banco, pode fortalecer o dólar nos próximos meses, é a possível a retirada de bilhões de dólares de liquidez dos mercados em outubro, caso uma nova suspensão do teto da dívida americana ocorra concomitantemente a um anúncio de tapering pelo Fed.
A retomada do teto da dívida fiscal no país fez com que o Tesouro americano diminuísse seu balanço de ativos para cerca de US$ 175 bilhões, enquanto a meta da instituição é manter US$ 800 bilhões em caixa, diz o Nordea. "Neste contexto, poderemos ver um ressurgimento agressivo de emissão no início de outubro, quando os parlamentares finalmente suspenderam novamente o teto da dívida. Isso, por sua vez, removerá entre US$ 600 e 625 bilhões da liquidez do setor privado", afirma o banco, em relatório.
Também repercutiu no mercado cambial hoje os temores pelo recrudescimento da pandemia de covid-19 ao redor do mundo, que, dentre as maiores economias globais, ameaça especialmente o crescimento econômico da China, como mostra reportagem do Broadcast. No horário citado anteriormente, o dólar subia a 6,4873 yuans.