O índice DXY, que mede o dólar ante seis rivais, fechou a 100 pontos pela primeira vez desde maio de 2020. Na sessão desta terça-feira, a divisa americana foi favorecida após comentários da diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) Lael Brainard, e apesar do recuo após divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) americano em março.
O DXY avançou 0,32%, a 100,292 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro caía a US$ 1,0836 e a libra, a US$ 1,3005, enquanto o dólar cedia a 125,32 ienes.
Em março ante fevereiro, o CPI nos EUA subiu 1,2%, levemente acima das expectativas, enquanto o núcleo aumentou 0,3%, abaixo do esperado. Com o resultado, o DXY chegou a perder a marca de 100 pontos durante a sessão.
Para diversas consultorias, como Pantheon Macroeconomics e Oxford Economics, o dado confirmou a expectativa de alta de 50 pontos-base nos juros básicos pelo Fed em maio. Mais cedo, o índice também foi pressionado pelo euro, que reduziu perdas ante a divisa americana depois do índice ZEW de expectativas econômicas da Alemanha cair menos do que o esperado em abril.
Mesmo assim, a moeda dos EUA conseguiu reverter o movimento e o DXY voltou a subir. O ING afirma que um Fed hawkish ainda está bem atrás da força do dólar, enquanto o BBH aponta que o euro já perdeu os estímulos conquistados pós-primeiro turno da eleição francesa.
Comentários de Brainard impulsionaram o dólar. A diretora do disse que a inflação está "muito alta" nos EUA, mas destacou desaceleração no núcleo no mês passado. Sem garantir apoio a um aumento de 50 pontos-base nos juros, ela afirmou que o aperto monetário pelo banco central americano será "metódico, com uma séria de altas". Com voto nas decisões monetárias, Brainard disse que o Fed pode formalizar os planos de redução de balanço patrimonial na reunião de maio e dar início ao processo no mês seguinte.
Para o BMO, mesmo que as falas de Brainard sejam entendidas como dovish, o resultado do CPI, divulgado hoje, não devem ter alterado as percepções do Fed para a política monetária.