Washington, 10 jul (EFE).- O presidente da General Motors (GM),
Fritz Henderson, anunciou hoje a saída da concordata da fabricante
de automóveis e a criação da "Nova GM", menor e com o objetivo de
revolucionar a forma de fazer negócios.
A nova empresa, que oficialmente se chamará General Motors
Company (GMC), nasce com uma participação majoritária do Governo dos
Estados Unidos.
A saída da quebra foi anunciada hoje às 6h30 da manhã (7h30,
horário de Brasília) quando os advogados da GM e do Departamento do
Tesouro assinaram os documentos.
Pouco depois, Henderson e o novo presidente do conselho de
administração da GM, Edward E. Whitacre, concederam uma entrevista
coletiva durante uma hora para anunciar o início da "Nova GM" e suas
mudanças.
"Começa hoje uma nova era para a GM e todo o mundo associado com
a companhia", disse Henderson, no início da entrevista, quem há 40
dias foi obrigado a anunciar a maior quebra industrial na história
dos EUA, após fracassar nas negociações com alguns de seus credores.
A GMC será formada por quatro marcas (Chevrolet, Cadillac, Buick
e GMC), em vez das oito com as quais começou em 2009, terá 27 mil
empregados a menos que há um ano e 35% cargos de alta direção a
menos para "acelerar o processo de decisão do dia a dia", explicou
Henderson.
Internacionalmente, a GM eliminou as divisões de algumas regiões
e todos os presidentes e conselhos regionais.
Nick Reilly foi nomeado vice-presidente executivo da nova unidade
de Operações Internacionais da GM, que será encarregado de todas as
operações fora da América do Norte e terá sua sede na cidade chinesa
de Xangai.
"As subsidiárias da GM fora dos EUA foram adquiridas pela nova
companhia e continuarão operando normalmente sem interrupção",
esclareceu a GM.
No entanto, o logotipo da companhia continuará igual. Henderson
disse que apesar do que foi divulgado pela imprensa, o logo
continuará sendo azul e não verde, como se tinha especulado.
A empresa confirmou que o novo acionista majoritário é o Governo
americano, que tem 60,8% da companhia.
Henderson revelou que a GM recebeu US$ 50 bilhões em empréstimos
do Departamento do Tesouro, embora o valor total não tenha sido
disponibilizado imediatamente.
Os outros acionistas são o sindicato United Auto Workers (UAW),
que tem 17,5% da empresa, as autoridades canadenses com 11,7% (em
troca de US$ 9 bilhões em empréstimos) e credores com 10%.
Financeiramente, a nova GM começa com US$ 11 bilhões em dívidas,
US$ 40 bilhões a menos que a antiga empresa.
Henderson explicou que seu objetivo é que o fabricante volte a
negociar seus papéis na bolsa no ano que vem e que quer devolver os
empréstimos do Governo antes da data limite estabelecida, até 2015.
Por sua parte, o Governo americano já afirmou que quer abandonar
o conjunto de acionistas da GM o mais rápido possível, o que poderia
acontecer no ano que vem, assim que a GM lançar uma oferta pública
de ações.
Quanto aos planos imediatos, o diretor máximo da GM afirmou que a
empresa lançará 10 novos veículos nos EUA e 17 internacionalmente,
nos próximos 10 meses.
Um desses veículos, talvez o mais importante para o futuro da
nova empresa, é o revolucionário carro elétrico Chevrolet Volt, que
começará a ser produzido em 2010.
Mas Henderson se negou a revelar detalhes do novo subcompacto,
que a GM produzirá em Michigan, em um ano e que será o primeiro
automóvel pequeno que o fabricante produzirá nos EUA em toda sua
história.
"Eu quero guardar algumas surpresas", se justificou o executivo.
Talvez uma das novidades que chamou mais atenção durante a
entrevista coletiva foi o anúncio de que a GM está estudando com o
portal "eBay" sobre a venda de automóveis através da internet.
A GM quer que os clientes possam vender veículos "da mesma forma
que em um leilão do 'eBay'", com a opção de comprar de forma
imediata o automóvel a um preço determinado. EFE