BC vê desaceleração da atividade em curso, mas sem perspectiva de recessão, diz Picchetti

Publicado 15.10.2025, 16:29
Atualizado 15.10.2025, 18:14
© Reuters.

(Reuters) - O diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti, afirmou nesta quarta-feira que a política monetária está sendo transmitida às taxas de mercado e contribuindo para a desaceleração da atividade no país, em linha com o esperado pelo BC, mas ele pontuou que a autarquia não trabalha com a perspectiva de uma recessão.

Os comentários de Picchetti, feitos durante seminário do JP Morgan, em Washington, estão em sintonia com falas recentes de outras autoridades do BC, no sentido de que a taxa básica Selic, atualmente em 15% ao ano, está tendo efeito sobre a economia.

"Eu enfatizaria que o cenário base é uma desaceleração da atividade, mas não ao ponto de levar a economia à recessão", afirmou. Ele ponderou que as projeções do BC não são tão divergentes das do mercado. "Estamos falando sobre expectativas de estabilidade da atividade na segunda metade do ano."

O diretor afirmou ainda que há hoje uma preocupação sobre qual seria a taxa neutra de desemprego no Brasil, mas acrescentou que, seja qual for essa taxa, o cenário atual é de um mercado de trabalho apertado. A taxa neutra de desemprego é aquela que não contribuiu para uma aceleração ou desaceleração da inflação.

Picchetti reforçou que o BC está comprometido em seguir com seu trabalho, perseguindo a meta de inflação de 3% e ajustando os juros conforme necessário.

"Quando você olha para as respostas do mercado em termos de expectativas de inflação, elas não parecem consistentes com o que eles acreditam ser a trajetória da política monetária e com o compromisso do banco central em cumprir seu mandato", disse, ao destacar que as expectativas para a inflação seguem elevadas e acima do teto da meta.

Ao avaliar a desvalorização recente do dólar ante o real, Picchetti avaliou que isso tem a ver em parte com o movimento mais geral da moeda norte-americana e em parte com a própria política monetária e a perspectiva de carry trade.

Em operações de carry trade, investidores tomam empréstimos no exterior, onde os juros são menores, e aplicam no Brasil, onde o retorno é maior em função do nível atual da Selic, de 15% ao ano.

"O que eu acho importante enfatizar nesse cenário é que isso é um subproduto da nossa política monetária. Não temos uma meta para o câmbio", afirmou.

(Reportagem de Fabrício de Castro)

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