Investing.com - A UBS prevê uma recuperação em “V” para o Brasil, com crescimento de 9% do PIB no terceiro trimestre ante queda de 9,7% no período anterior. Em relatório distribuído na quinta-feira (10), o banco defende que essa recuperação do crescimento, juntamente a uma melhora nas dinâmicas de transações correntes, ao superávit do balanço de pagamentos perto de máximas históricas, e ao momento de reformas fiscais podem traçar um caminho para que o real se estabilize.
Tais fatores, na opinião do banco, podem amenizar os fluxos de saída de capital - atualmente, a parcela da dívida pública detida por não residentes, de 9%, corresponde ao nível mais baixo desde 2009 - e reverter parte da queda de 25% da moeda desde o início do ano. Para que isso aconteça, na visão do banco, é fundamental que o Brasil apresente nos próximos meses um plano claro para a consolidação fiscal no médio prazo.
Desde a última análise da situação do real em julho, o UBS passou a ver também uma combinação de melhores fatores externos, incluindo uma queda global do dólar. Ainda que o movimento da moeda norte-americana não tenha tido o impacto esperado sobre o real, a tese do banco é que tal movimento deve se manifestar de maneira mais lenta devido a fatores domésticos negativos.
Esses fatores domésticos negativos, no entanto, podem seguir pesando sobre o real. Um deles é a volatilidade, que, apesar de ter apresentado melhoras, segundo o banco, ainda impede uma apreciação do real, sobretudo pela falta de sinais do banco central de estar disposto a lidar diretamente com o problema.
A expectativa da UBS, portanto, é de um real a R$ 4,95 em 2020 e R$ 4,6 em 2021. Além disso, o banco espera que o Banco Central permaneça ativo e intervenha se o real se depreciar de maneira desordenada