Por David Lawder
WASHINGTON (Reuters) - A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, irá se reunir com o vice-premiê da China, He Lifeng, em San Francisco nesta semana para tentar aprofundar o diálogo econômico entre as duas maiores economias do mundo antes de uma cúpula de líderes do Pacífico organizada pelos EUA.
O Tesouro informou que as reuniões de 9 e 10 de novembro também convocarão os novos fóruns econômicos e financeiros lançados em outubro pelo Tesouro e pelo Ministério das Finanças e pelo banco central da China.
Yellen se reuniu pela primeira vez com He, o novo czar econômico da China, em julho, quando visitou Pequim para tentar estabilizar a deterioração do relacionamento entre os EUA e a China em meio às crescentes restrições norte-americanas a tecnologias sensíveis.
As reuniões de San Francisco ocorrerão pouco antes de o governo do presidente Joe Biden receber ministros e líderes dos países da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) de 11 a 17 de novembro - um encontro durante o qual Biden pretende se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping.
Uma autoridade do Tesouro minimizou a ideia de que haverá "resultados" específicos das reuniões entre Yellen e He, dizendo que não se trata de uma situação de "política comercial em que trocamos uma coisa por outra".
Mas a autoridade disse que um dos principais objetivos de Yellen é compreender melhor como funcionará a nova linha de comunicação econômica entre os EUA e a China e como garantir que "ela não seja vulnerável a choques", acrescentando que haverá interações mais frequentes.
Yellen também está interessada em discutir as medidas que as autoridades chinesas estão contemplando para apoiar seu crescimento econômico e quais circunstâncias podem mudar a trajetória de suas políticas.
Em meio às crescentes preocupações de que a China tentará despejar mais produtos manufaturados nos mercados globais e dos EUA, a expectativa é de que Yellen alerte a China contra o uso de subsídios industriais maciços para empresas estatais e a exclusão de empresas norte-americanas dos mercados domésticos, disse a autoridade.
"Esta semana, falarei com meu colega sobre nossas sérias preocupações com as práticas econômicas injustas de Pequim, incluindo o uso em larga escala de ferramentas que não são de mercado, suas barreiras ao acesso ao mercado e suas ações coercitivas contra as empresas norte-americanas na China", disse Yellen em um artigo publicado pelo Washington Post.
Ela reiterou que os EUA estão buscando uma "concorrência saudável" com a China e não estão tentando "desencadear uma retirada desordenada do setor privado da China com ações para diversificar as cadeias de suprimentos e proteger a segurança nacional dos EUA".