Investing.com - Expansão das margens, de receita e desempenho operacional foram pontos de destaque apontados por analistas em relação ao balanço do primeiro trimestre da fabricante de bebidas Ambev (BVMF:ABEV3), dona de marcas como Antarctica, Beck’s, Bohemia, Brahma, Budweiser, Colorado, Corona, Original, Patagonia, Skol, Spaten, entre outras.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o Itaú BBA avaliou os resultados como positivos, com Ebitda de R$6,4 bilhões entre janeiro e março, alta anual de 17%, 7% acima das projeções do banco e 8% acima do consenso. Já o lucro líquido ficou 24% acima das estimativas, com a maior parte das batidas no mercado de cerveja brasileiro.
“Além disso, observamos menores despesas financeiras à medida que a empresa diminui o grau de cobertura na Argentina, o que também apoiou parcialmente a surpresa positiva no nível de resultado final”, apontam os analistas Gustavo Troiano e Bruno Tomazetto.
No mercado de cerveja brasileiro, ainda que os volumes tenham sido um pouco mais fracos do que o esperado, a lucratividade teria sido sustentada, entre outros fatores, pelo nível de margem bruta e receitas operacionais.
Mesmo assim, os analistas ainda devem avaliar os possíveis impactos da reforma tributária brasileira e as perspectivas nebulosas para a Argentina, o que motiva a classificação market perform para as ações, com preço-alvo de R$18.
Enquanto isso, o BTG (BVMF:BPAC11) considerou o trimestre forte, de forma geral, com Ebitda relatado como impressionante, 13% acima do esperado pelo banco.
Conforme apontado também pelos analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin, o ritmo teve como propulsoras as margens mais altas, não o crescimento de volume.
O lucro de R$3,7 bilhões superou as expectativas do banco em 18%, diante de menor alíquota efetiva de imposto de renda. Por outro lado, o BTG mostrou surpresa negativa com a queima de caixa de R$1,9 bilhão, o que pode ser explicado pelas alterações na política de hedge na Argentina.
Segundo o BTG, a Ambev aponta na direção certa. “Achamos que seria difícil para a Ambev sustentar o forte ritmo de crescimento de volume dos últimos anos”, destacam os analistas, ressaltando a necessidade de altas nos preços.
O BTG classifica a ação da Ambev como neutra, com preço-alvo de R$16.
Às 16h37 (de Brasília) desta quinta-feira, 4, as ações da Ambev operavam próximas à estabilidade (0,07%), a R$14,59.