Investing.com – Analistas do banco Goldman Sachs (NYSE:GS) rebaixaram a recomendação das ações da Azul (BVMF:AZUL4) de compra para neutro, com preço-alvo passando de R$12,20 para R$7,30 para papéis preferenciais e de US$6,70 para US$4 para American Depositary Receipts (ADRs), conforme relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta segunda-feira, 23.
“A principal mudança em nosso preço-alvo decorre de uma desvalorização do real, o que aumenta a dívida líquida e impacta significativamente nossa estimativa de valor justo”, destacou o Goldman.
De acordo com os analistas Bruno Amorim e João Frizo, um cenário macro desafiador compensaria uma sólida performance operacional da companhia aérea. A empresa estaria a um patamar de margens em linha com o verificado antes da pandemia de covid-19, mas os débitos são fonte de preocupação. Enquanto isso, seguem as incertezas a respeito das potenciais renegociações da dívida.
“Reconhecemos que as operações da Azul são saudáveis, como evidenciado pelas margens Ebitda da empresa de volta aos níveis pré-pandemia, apesar de uma desvalorização de aproximadamente 31% do real em relação a 2019”, apontam os analistas.
Por outro lado, o banco pondera que a recente desvalorização do real levou a um aumento significativo na dívida líquida para a empresa, na comparação com os níveis pré-covid.
Como praticamente toda dívida da companhia aérea é denominada em dólares, assim como os pagamentos de arrendamento, a desvalorização cambial deve pesar para uma possível reclassificação das ações, além da perspectiva de aumentos nas taxas de juros no país.
As projeções de receita não foram revisadas, mas o Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi ajustado para baixo em 1% para 2025 e 2026, diante de custos mais altos em meio à depreciação do real frente ao dólar.
Às 10h41 (de Brasília), as ações preferenciais da Azul recuavam 5,13%, a R$4,99.