Investing.com – O Bradesco (BVMF:BBDC4) necessita de uma transformação, mas ainda é longo o caminho para que a rentabilidade chegue a um patamar razoável. É o que avalia a XP Investimentos (BVMF:XPBR31), que cortou o preço-alvo das ações do banco diante dos últimos resultados e projeções macroeconômicas, conforme relatório divulgado a clientes e ao mercado. A recomendação segue neutra e o preço-alvo foi revisado de R$19 para R$16, com valuation atual que reflete os desafios futuros. “Não consideramos um ponto de entrada atraente, considerando o atual nível de rentabilidade e os desafios que temos pela frente”.
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Desde a última atualização, o Bradesco realizou a troca de Octavio Lazzari por Marcelo Noronha como novo CEO, mudança que a XP avalia como “um passo crucial para a transformação”, ao destacar que os dois primeiros trimestres sob a nova gestão já mostraram “que o processo de turnaround será extenso e demorado, com a expectativa de que o banco atinja um ROE acima do seu custo de capital próprio apenas em 2026”.
De acordo com os analistas Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, a instituição financeira deve seguir pressionada neste e no próximo ano em meio ao processo de reestruturação. A partir de então, o banco tende a apresentar melhor equilíbrio para enfrentar os desafios competitivos que passará com bancos e fintechs.
Com a alta inadimplência, o banco reduziu o apetite ao risco e desacelerou a expansão da carteira de crédito, o que afeta os resultados. Para recuperar participação de mercado no futuro, o desafio evoluiu, segundo a XP, que considera que o Bradesco sofre ainda com o peso do passado, diante de mudanças estruturais pelas quais o setor passa, incluindo a diminuição da importância das agências físicas.
“Embora o Bradesco tenha tradicionalmente uma das maiores redes de atendimento, essa é hoje uma vantagem competitiva cada vez menor. Para competir com bancos incumbentes que já embarcaram em sua jornada de transformação digital e fintechs com pegadas físicas muito menores, o Bradesco precisará passar por uma mudança radical”, acredita a XP, que entende que a nova gestão segue comprometida com a implementação dessas mudanças.
Às 14h01 (de Brasília), as ações do Bradesco recuavam 0,85%, a R$12,81.
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