BTG: Banco tem pouca almofada para riscos, diz Itaú BBA

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Por Jessica Bahia Melo

Investing.com - Ganhos fracos e incerteza macroeconômica não parecem promissores para o banco BTG (BVMF:BPAC11), segundo analistas do Itaú BBA. Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o Itaú BBA manteve a classificação da companhia, mas indicou piora nas projeções para 2023. Às 11h51 (de Brasília) desta terça-feira, 28, as ações PNA do banco BTG recuavam 1,82%, a R$4,87.

Os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard diminuíram as projeções para o BTG novamente, refletindo piora nas condições de mercado. O Itaú BBA estima lucro líquido ajustado no ano fiscal de 2023 de R$ 8,7 bilhões ou 19% ROE. “O início dos negócios é lento, em parte por causa das taxas de juros e em parte relacionado ao evento de crédito das Lojas Americanas”, dizem os analistas, que afirmam ainda que o banco estaria entrando o ano com pouca proteção.

Em meio a discussões fiscais, o Itaú BBA lembra ainda que o BTG tem passivos tributários potenciais consideráveis em torno de R$ 14 bilhões, que estariam sendo discutidos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF).

Os analistas ponderam que seguem gostando do banco a longo prazo, mas enxergam um momento pouco atraente “e um saldo de risco/recompensa inexpressivo negociado a 10x P/L” (preço por lucro).

O Itaú BBA manteve a recomendação Market Perform para as ações, com preço-alvo passando de R$29 para R$23.

Desempenho dos bancos

O índice do setor financeiro ficou acima do Ibovespa em fevereiro, com contribuição predominante das Blue Chips, principalmente Itaú (BVMF:ITUB4), que se destacou devido ao resultado reportado no quarto trimestre de 2022, conforme apontado em relatório do BB Investimentos. No entanto, a alta foi de apenas 0,8%, enquanto Santander (BVMF:SANB11) subiu 0,1%. Até ontem, dia 27, o Ibovespa tinha recuado 6,7% no mês, contra uma queda de 5,4% do índice. A maior desvalorização foi do BDR do Inter (BVMF:INBR32), que despencou 22,3%.  BTG caiu 7%, ABC Brasil (BVMF:ABCB4) 6,2%, Banco BMG (BVMF:BMGB4) 8,9% e Bradesco (BVMF:BBDC4) 5,6%.