Por Steve Keating
(Reuters) - O Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos continuava a andar na corda bamba, reafirmando na quinta-feira seu apoio à Ucrânia na guerra contra a Rússia, mas ao mesmo tempo deixando a porta aberta para atletas russos e bielorrussos competirem nas Olimpíadas de Paris como neutros.
Ao liderar sua primeira reunião como presidente do Comitê, Gene Sykes começou confrontando a questão de frente. Ele disse que o órgão está com a Ucrânia, mas vai ouvir e considerar um processo que permita que atletas "verdadeiramente neutros" de Rússia e Belarus participem dos Jogos Olímpicos do ano que vem.
"O único tópico que quero abordar diretamente é a questão dos atletas russos em esportes internacionais e potencialmente nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris", afirmou Sykes.
"Embora a conversa tenha mudado com o tempo, nossa posição não mudou. Acima de tudo, nos solidarizamos com o povo e os atletas da Ucrânia."
A Ucrânia lidera um apelo para banir todos os atletas de Rússia e Belarus, que tem sido usada como palco para o que a Rússia chama de operação especial, depois que o Comitê Olímpico Internacional (COI) disse em janeiro que estava aberto a incluí-los como neutros. O COI também estabeleceu um caminho para os neutros se classificarem para os Jogos de Paris.
A principal preocupação do Comitê norte-americano é como o COI determinará os critérios para um atleta neutro, e o órgão quer que as sanções permaneçam em vigor.
“Incentivamos o COI a continuar explorando o processo que preservaria as sanções existentes, garantindo que apenas atletas verdadeiramente neutros e limpos sejam bem-vindos para competir”, disse Sykes.
"Somente se essas condições de neutralidade e competição justa e limpa puderem ser atendidas, acreditamos que o espírito dos Jogos Olímpicos pode prevalecer."
"O que realmente significará a neutralidade, quais serão as condições para a neutralidade?", completou ele.