Investing.com - O setor de saneamento pode sofrer impactos a partir de uma emenda em Medida Provisória (MP) que prevê a criação e um departamento de regulação do Ministério das Cidades para ajudar a estabelecer normas regulatórias. Empresas listadas na B3 (BVMF:B3SA3) que prestam serviços nessa área, como Sabesp (BVMF:SBSP3), Copasa (BVMF:CSMG3) e Sanepar (BVMF:SAPR11), podem ser afetadas. Na visão do Itaú BBA, que divulgou relatório aos clientes e ao mercado, essa é uma enorme ameaça e pode tornar o setor mais imprevisível.
Nesta terça, reunião da Comissão Mista da Medida Provisória 1154/2023, avalia o tema proposta na matéria, que envolve a estrutura dos ministérios e demais órgãos auxiliares da Presidência da República.
Os analistas Marcelo Sá, Fillipe Andrade, Luiza Candiota, Matheus Botelho Marques e Victor Cunha alertam que um senador da coligação do governo federal incluiu a emenda 081, incluindo a criação do departamento. “Vemos isso como uma notícia muito negativa porque criaria uma situação altamente complexa marco regulatório, visto que tanto a ANA (Agência Nacional de Água e Saneamento Básico) e o Departamento de Regulação acima mencionado seria responsável por estabelecer as novas normas regulamentadoras”, destacam os analistas, que indicam uma confusão renovada.
O Itaú BBA considera que, com normas regulatórias conflitantes, seria possível recorrer à Justiça, tornando o setor imprevisível para investimentos. Além disso, uma agência mais fraca diminuiria a atratividade para investimentos no setor.
“O saneamento setor está bem atrás do setor elétrico em termos de desenvolvimento, e acreditamos que uma das principais razões para isso é o fraco quadro regulamentar. A aprovação do projeto de lei de saneamento foi um marco para o Brasil e já gerou novos investimentos”, completam.
Às 12h21 (de Brasília), as ações da Sabesp subiam 1,02%, a R$51,36, enquanto as da Copasa estavam em baixa de 0,81%, a R$19,65 e Units da Sanepar perdiam 0,05%, a R$20,95.