Taxas futuras recuam com impasse comercial entre Brasil e EUA e falas de Galípolo no radar
Investing.com – Após queda de 39% nas ações da Hypera (BVMF:HYPE3) em um ano, é altura de comprar a baixa? É o que questiona o banco JP Morgan, que segue com recomendação overweight para a ação, equivalente à compra, pois entende que a normalização pode ser mais rápida do que o esperado.
No entanto, o banco cortou o preço-alvo de R$36 para R$29 para dezembro de 2025, diante do custo de capital mais elevado. Ainda assim, o potencial de valorização é de cerca de 60%, de acordo com relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta segunda, 27 de janeiro.
O analista Joseph Giordano enxerga risco-recompensa favorável para a ação com o cenário melhorando neste primeiro semestre do ano.
“Ainda assim, apesar das melhores expectativas em termos de resultados, estes deverão contrair-se ao longo do primeiro trimestre, limitando a dinâmica do período”, pondera Giordano.
O cenário tem sido desafiador para a Hypera, mesmo que a empresa atue em um mercado considerado previsível e resiliente.
“A empresa interrompeu seu guidance anual por dois anos consecutivos e iniciou um processo para reduzir os estoques de canais com o objetivo de diminuir a volatilidade das vendas. O processo foi iniciado no 3T24 e esperava-se que estivesse concluído no YE25”, lembra o analista do JP Morgan.
Com a indústria apresentando expansão menor do que o previsto, a empresa tem adotado mais iniciativas de marketing e ativação da marca.
Os ajustes tendem a seguir ao longo dos primeiros meses do ano, com a expectativa de que a margem Ebitda seja menor do que o esperado pelo consenso, pois a empresa demandaria mais investimentos para esta estratégia.
“Com isto, aumentamos as nossas expectativas para o volume de negócios para os anos 25E e 26E em 6% e 15%, respetivamente, mas a previsão de uma margem mais baixa, juntamente com taxas de juros mais elevadas, faz com que o lucro por ação recue 26% e 6%, respetivamente”, destaca o JP Morgan.
Apesar disso, o valuation é considerado atrativo e pouco exigente, projetado em 10x o preço por lucro estimado para 2025 e 6x para 2026. Além disso, o banco espera um fluxo de caixa que possibilite um bom rendimento de dividendos de 6%, mesmo em um cenário difícil.