Por Senad Karaahmetovic
As ações da Meta Platforms (BVMF:M1TA34)(NASDAQ:META) caíam 6,53% às 12h27 desta quinta-feira, após a empresa divulgar métricas de lucro e receita abaixo das estimativas consensuais para o 2º tri, além de fazer projeções que decepcionaram o mercado.
A META reportou um LPA de US$ 2,46 no 2º tri, abaixo da projeção consensual de US$ 2,59, de acordo com a Refinitiv. A receita foi de US$ 28,82 bilhões, aquém do consenso dos analistas de US$ 28,94 bilhões.
A companhia informou que o número de usuários diários ativos foi de 1,97 bilhão no trimestre, um pouco acima da expectativa de 1,96 bilhão. O número de usuários mensais ativos foi de 2,93 bilhões, praticamente em linha com a estimativa de 2,94 bilhões.
A controladora do Facebook gerou uma receita média por usuário de US$ 9,82, enquanto os analistas esperavam US$ 9,83. Seu lucro operacional no 2º tri caiu de 43% para 29%, diante do forte aumento dos custos e recuo da receita.
O quadro de colaboradores da Meta teve um crescimento de 32% ano a ano, para 83.553, mesmo com a empresa dizendo, anteriormente, que reduziria os esforços de contratação. A margem de lucro operacional da companhia no 2º tri teve queda de 43% para 29%, em meio aos custos maiores e recuo na receita.
A Meta Platforms espera que o faturamento do 3º tri fique na faixa de US$ 26 a 28,5 bilhões, abaixo da projeção consensual de US$ 30,32 bilhões. A gigante da tecnologia prevê que suas despesas totais no ano fiscal de 2022 fiquem na faixa de US$ 85 a 88 bilhões, aquém da previsão anterior de US$ 87 a 92 bilhões.
A companhia também afirmou que espera que o dispêndio de capital no ano fiscal fique na faixa de US$ 30 a 34 bilhões, uma alta em relação à previsão anterior de US$ 29 a 34 bilhões, enquanto os analistas esperavam US$ 28,91 bilhões.
A perspectiva abaixo das expectativas deveu-se ao cenário macroeconômico, e não a mudanças na política de privacidade da Apple (BVMF:AAPL34)(NASDAQ:AAPL) ou à concorrência do TikTok, embora seja provável que ambos os fatores tenham contribuído para a projeção.
A Meta também citou uma “continuação do ambiente de demanda fraca por publicidade que testemunhamos durante o 2º tri, o que acreditamos estar sendo causado pela incerteza macroeconômica maior”.
Um analista do Citi cortou o preço-alvo da Meta de US$ 270 para 222 devido aos obstáculos macro, mas vê um grande potencial no uso do Reels, que “continua se destacando”.
“Embora tenhamos reduzido consideravelmente nossas projeções de receita e lucro, em vista desses obstáculos, acreditamos que os investimentos da Meta em descoberta de conteúdos, inteligência artificial e Reels, além de um foco maior em investimentos a posicionam bem para o retorno da demanda”, disse o analista aos clientes em nota.
Um analista da Evercore ISI também reduziu o preço-alvo de US$ 280 para US$ 240. No entanto, ele também continua otimista com os papéis da META.
“Acreditamos que a empresa enfrentará bem os desafios macro, assim como todas as outras grandes plataformas de anúncios (exceto Google (BVMF:GOGL35)(NASDAQ:GOOGL), e seus investimentos em produtos baseados em inteligência artificial, em conjunto com seu enorme alcance e frequência, permitirão melhorar sua proposta de valor para os anunciantes. Um modelo efetivo de atribuição de anúncios pós-privacidade da META é uma questão de ‘quando’ e não de ‘se’”, escreveu em nota.
O analista considera que o cenário começará a melhorar para a Meta a partir do 4º tri e primeiro semestre de 2023.