Por Alexander Winning e Tim Cocks
PRETÓRIA (Reuters) - As partes envolvidas no conflito na região de Tigré, no norte da Etiópia, concordaram em cessar as hostilidades, em um dramático avanço diplomático dois anos depois de uma guerra que já matou milhares de pessoas, deslocou milhões e deixou centenas de milhares enfrentando a fome.
A guerra, que eclodiu em novembro de 2020, coloca as forças regionais de Tigré contra o exército federal da Etiópia e seus aliados, que incluem forças de outras regiões e da vizinha Eritreia.
O mediador da União Africana Olusegun Obasanjo, dando as boas-vindas aos delegados do governo e das forças de Tigré para uma cerimônia de assinatura nesta quarta-feira na capital sul-africana, Pretória, disse que o acordo permitirá que o envio de suprimentos humanitários a Tigré seja restaurado.
As negociações de paz começaram formalmente em Pretória em 25 de outubro.
Obasanjo, ex-presidente nigeriano que lidera a equipe de mediação da União Africana, disse que a implementação do acordo será supervisionada e monitorada por um painel de alto nível da União Africana. Ele elogiou o processo como uma solução africana para um problema africano.
O representante do governo etíope Redwan Hussien, que é conselheiro de segurança nacional do primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, disse que todas as partes devem cumprir à risca o acordo.
Em resposta, o delegado de Tigré, Getachew Reda, porta-voz das autoridades regionais, falou da morte e destruição em larga escala na região e disse que sua esperança e expectativa é que ambas as partes honrem seus compromissos.
(Reportagem de Alexander Winning e Tim (BVMF:TIMS3) Cocks)