Investing.com – Um possível limite nas taxas com cartão de crédito rotativo pode resultar em prestações sem juros significativamente reduzidas, menor apetite por crédito e concentração em investimentos de baixo risco e taxas anuais mais caras. Essa é a visão do UBS BB (BVMF:BBAS3), que detalhou os impactos nos bancos caso a medida seja adotada em relatório divulgado aos clientes e ao mercado nesta segunda-feira, 10. O UBS BB afirma que a receita líquida de investimentos (NII) dos empréstimos com cartão de crédito rotativo representou 6% do total do Nubank (BVMF:NUBR33) no ano passado, ou seja, a medida afetaria a fintech de forma significativa.
Segundo os analistas Thiago Batista, Olavo Arthuzo e Kaio Prato, se a taxa for definida em 8% por mês, o impacto no indicador seria de 4% para Nubank, entre 3 e 4% para Bradesco (BVMF:BBDC4), Itaú (BVMF:ITUB4) e Santander Brasil (BVMF:SANB11) e 1% para Inter.
Projeto de lei 2685/22, que tramita na Câmara dos Deputados, prevê um teto na taxa de juros do crédito rotativo, de forma semelhante ao que ocorreu com o cheque especial. Os analistas apontam que o teto do cheque especial implementado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2020 trouxe a taxa de juros desse produto de em torno de 11% ao mês para o limite definido em 8% ao mês.
O efeito mais significativo foi o crescimento menor do empréstimo de cheque especial, segundo o UBS. No período de dezembro de 2019 a fevereiro 2023, os empréstimos de cheque especial subiram 36%, contra uma alta de 105% para empréstimos com cartão de crédito rotativo.
O UBS BB reforçou recomendação de compra para as ações do Nubank, mas reduziu o preço-alvo de US$ 7,50 para US$ 7,00.
Às 11h10 (de Brasília), os BDRs recuavam 1,86%, a R$3,68. As ações caíam 1,68%, a US$4,40.