Por Andrey Ostroukh e Andrius Sytas
MOSCOU (Reuters) - O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, ordenou que um voo da Ryanair (NASDAQ:RYAAY) que partiu da Grécia com destino a Lituânia pousasse neste domingo em Minsk, onde um ativista de oposição que estava a bordo foi detido, gerando fortes críticas da comunidade internacional.
A Lituânia, integrante da União Europeia, pediu que o bloco e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte)respondessem, a Alemanha cobrou uma explicação imediata e o primeiro-ministro da Polônia classificou o caso como “um ato repreensível de terrorismo de Estado”.
A líder da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen, disse que a ação de Belarus foi “totalmente inaceitável”.
O avião, que percorria o trajeto entre Atenas e Vilnius, estava quase chegando à Lituânia quando mudou de direção e foi escoltado para Minsk, capital de Belarus, após denúncias de que havia explosivos a bordo, segundo uma plataforma de rastreamento aéreo e a agência de notícias estatal BeITA.
Agentes da lei de Belarus levaram o ativista Roman Protasevich, 26, do avião o detiveram. Ele foi colocado em uma lista de procurados após protestos de rua no ano passado motivados pela eleição presidencial na qual Lukashenko foi declarado o vencedor. Adversários reclamam que houve fraude eleitoral.
Lukashenko pessoalmente ordenou que um avião de guerra escoltasse o Boeing até Minsk, informou a BelTA. Nenhum explosivo foi encontrado, disse.
A Lituânia e Belarus, aliada tradicional da Rússia, são vizinhos e ex-membros da União Soviética. A Lituânia agora é membro da União Europeia e Belarus, não.
O presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, pediu uma resposta internacional.
"Peço aos aliados da Otan e da UE que reajam imediatamente à ameaça representada à aviação civil internacional pelo regime de Belarus. A comunidade internacional deve tomar medidas imediatas para que isso não se repita", disse Nauseda.
A assessora presidencial lituano Asta Skaisgiryte disse que a operação para forçar o pouso do avião que transportava cerca de 170 pessoas de 12 países parecia ter sido pré-planejada.
Ela disse que os serviços de inteligência de Belarus sabiam quem estava a bordo do avião, que foi forçado a pousar com a ajuda do caça MIG-29. Protasevich morava em Vilnius desde novembro, disse ela.
Uma porta-voz das autoridades aeroportuárias da Lituânia disse à Reuters que o avião, programado para pousar em Vilnius no início do domingo, agora deve pousar no final do dia.