Por Felix Light (BVMF:LIGT3)
PRÓXIMO DE KORNIDZOR, ARMÊNIA (Reuters) - Uma comitiva de ajuda humanitária do Comitê Internacional da Cruz Vermelha se dirigiu neste sábado a Nagorno-Karabakh, sendo a primeira desde que o Azerbaijão retomou a disputada região há três dias, em um momento no qual armênios étnicos no local reclamam que foram abandonados pelo mundo.
Os armênios de Karabakh, que é internacionalmente reconhecida como parte do Azerbaijão, foram forçados a declarar um cessar-fogo em 20 de setembro, depois de 24 horas de operação dos militares azerbaijanos, muito mais numerosos.
Sob os termos do cessar-fogo, o Ministério da Defesa russo afirmou que os combatentes armênios começaram a entregar seus armamentos ao Azerbaijão, incluindo 800 armas de fogo e seis veículos blindados, tudo sob supervisão russa. Moscou tem aproximadamente dois mil soldados de paz na região.
Autoridades azerbaijanas retomaram conversas neste sábado com Samvel Shahramanyan, chefe da autodenominada República de Artsakh, como os armênios chamam Karabakh, informou a imprensa do Azerbaijão.
A região montanhosa é lar de aproximadamente 120 mil armênios, muitos dos quais estão sem os suprimentos adequados de comida e combustíveis há meses, devido a um bloqueio exercido pelas forças azerbaijanas.
A Rússia afirmou que doou mais de 50 toneladas de alimentos e outros tipos de auxílio em Karabakh.
A Cruz Vermelha disse que entregou 28 mil fraldas, além de cobertores e combustível. Uma testemunha da Reuters viu um pequeno comboio da entidade chegando à fronteira da Armênia com o Azerbaijão na tarde deste sábado, mas em seguida os jornalistas foram expulsos da localidade, antes de os caminhões da entidade cruzarem a fronteira.
Mais de 20 outros caminhões com ajuda e placas armênias formam uma fila em uma rodovia próxima desde julho. O Azerbaijão afirmou à época que o comboio era uma “provocação” e um ataque à sua integridade territorial.